segunda-feira, outubro 23, 2017

REFERENDOS DÃO VITÓRIA ESMAGADORA A MAIOR AUTONOMIA DE VÉNETO E DE LOMBARDIA

Mais de 98% dos moradores de Véneto votaram a favor da autonomia da região. A situação parecida ocorreu na região italiana de Lombardia. O especialista em ciências políticas, Dmitry Zhuravlev, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik opinou porque é que essas regiões visam obter a independência.
Durante o referendo regional que veio à tona no domingo (22), mais de 98% dos cidadãos do Véneto expressaram-se a favor da autonomia da região situada no Norte da Itália, informou a comissão eleitoral local.
No total, o referendo contou com participação de mais de 57% eleitores locais.
O presidente da região, Luca Zaia, afirmou à Sputnik: "É uma decisão histórica, que vai ter consequências significativas. Mais de dois milhões de cidadãos votaram a favor da autonomia."
Ao mesmo tempo, em referendo consultivo na região italiana de Lombardia, 95% dos moradores votaram pelo crescimento da autonomia da região; a participação do referendo excedeu 40%, afirmou o governador da região, Roberto Maroni.
Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista em ciências políticas, Dmitry Zhuravlev, falou sobre o porquê de essas regiões terem como objectivo conseguir a independência: "Por um lado, era esperado que um grande número votasse a favor da autonomia, por outro, nem tanto. O referendo da Catalunha acabou de acontecer, é evidente que seus resultados não sejam cumpridos, por isso houve uma incerteza entre as pessoas no que diz respeito a votar por uma coisa que possa a vir a ser muito perigosa. Mas a tendência da região em se tornar independente é de há muito tempo. Em conformidade com a União Europeia unida, as regiões já não precisam de Estados. A União Europeia concede todas as vantagens proporcionadas por um governo: ausência de fronteiras, alfândegas, circulação livre e economia unida. Por isso, regiões mais ricas e mais desenvolvidas acreditam que seriam melhores sem esses Estados", explicou o especialista.
Para o cientista político, esta será a evolução dos acontecimentos: "O desejo psíquico-cultural em separar-se sempre esteve presente nestas regiões de Itália e, hoje em dia, já não está presa a razões económicas. É difícil prever consequências, pois tudo vai depender da reacção do governo italiano, e de como as autoridades da região vão interpretar esta independência: saída imediata e criação do próprio Estado ou início de conversações com o governo italiano sobre novo estatuto da região. Trata-se de outro sinal alarmante, que prejudica a concepção moderna sobre governo, tornando essa tendência anacrónica na Europa", ressaltou Dmitry Zhuravlev.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/europa/201710239651728-veneto-lombardia-referendo-independencia/

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É de facto alarmante para quem julgava que as Nações estavam ultrapassadas, e estariam ultrapassadas porque uma elite político-cultural reinante assim o tinha determinado... constata-se que a Nação não morreu e o seu apelo, que é o apelo tribal em forma contemporânea, continua a ter cada vez mais força no seio de populações etnicamente homogéneas. Mais uma vez se constata que a Democracia é aliada do Nacionalismo.