segunda-feira, março 31, 2008

TERMINA MARÇO, MÊS DE MARTE...

Vénus e Marte, por Sandro Botticelli, 1483.


Acaba um dos meses consagrados ao Deus da Guerra, Marte (Mars, em Latim), também chamado Mavorte (Mavors, em Latim), bem como Marmor e Mamers...

Foi vastamente adorado em todo o Ocidente Romano, tendo aí adquirido uma série de epítetos derivados do sincretismo do Seu culto com o culto de Deuses locais, indígenas (célticos, em princípio), como se vê nos casos de Mars Cariociecus (Galécia), Mars Borus (Lusitânia), Mars Corotiacus (Grã-Bretanha), Mars Ocelus (Grã-Bretanha), para além dos casos de interpretatio, tais como Cososus Deo Mars (Cosus Deus Marte, ou seja, o Cosus que é como Marte) e Bandua Socio Mars (Bandua similar a, ou parceiro de, Marte).

Disse Juliano que Celtas e Germanos deviam o seu carácter a estarem sob a influência de Marte, e não se enganou muito.

Os antigos Romanos consagraram-Lhe a terça-feira (Dies Martis), daí que os nomes deste dia na maior parte das línguas europeias ocidentais sejam derivados deste teónimo: Martes em Galego, em Asturiano e em Castelhano, Dimarts em Catalão, Mardi em Francês, Martedi em Italiano, Marti em Corso, Marţi em Romeno, e, fora do mundo latino, Máirt em Goidélico (Irlandês), Dydd Mawrth em Galês, e, por equivalência, Tuesday em Inglês, Diesndag em Flamengo, Dinsdag em Holandês, Dienstag em Alemão, Tirsdag em Norueguês... digo por equivalência porque estes vocábulos germânicos derivam do teónimo Tyr, Deus da Guerra, eventual equivalente nórdico de Marte. Quando os povos germânicos adoptaram a semana romana de sete dias (os Saxões, por exemplo, fizeram-no em 200 d.c.), deram aos sete dias os nomes, não dos Deuses romanos, mas das suas próprias Divindades germânicas.