quarta-feira, março 31, 2004

INCESSANTEMENTE, DE UM LADO PARA O OUTRO, DE UM LADO PARA O OUTRO, SEMPRE

Em França, a «Direita» vai-se abaixo nas eleições autárquicas.
Em Espanha, sucedeu o mesmo nas suas eleições legislativas; em Portugal, diz-se que o PSD perderia as eleições se estas se realizassem agora; na Grécia, foi a Direita a derrotar um governo de Esquerda; etc..

Nos países ocidentais, reina um equilíbrio permanente entre a Esquerda liberal e a «Direita» liberal e capitalista. Quando um dos lados está muito tempo no governo, desgasta-se quase sempre e o povo dá a vitória à oposição, mesmo que não sinta nenhuma especial motivação para nela votar.

E assim sucessivamente.

O povo é como um boneco atirado de um lado para o outro, constantemente - se não quer um, tem de escolher o outro, se não quer o outro, tem de escolher o mesmo, e passa do mesmo para o outro e do outro para o mesmo.
É como um cão a tentar morder a própria cauda, rodando sobre si próprio.
Ou se come arroz com feijão, ou feijão com arroz. Não se tem possibilidade de variar a dieta. Come e cala, diz o sistema ao cidadão.

Não admira que as multidões estejam crescentemente mais alienadas da política. Perante escolhas de diferença mínima e de importância secundária, as pessoas transformam-se em «zombies».

Os gigantes da alta finança, têm os seus dois pés bem assentes nos lombos das tais duas forças políticas, um em cada. Quer ganhe uma quer ganhe outra, o poder das multinacionais nunca é afectado. E assim prossegue a sua marcha de conquista de todo o planeta. Nenhum político relevante pode levantar problemas, até porque é posto no poleiro precisamente por essas forças ocultas que são as criptocracias capitalistas das mega-empresas mundiais.

E assim segue a dança dita democrática.

Como disse cinicamente Bob Mathews, se o voto pudesse realmente mudar alguma coisa, em breve seria suprimido...