segunda-feira, março 12, 2018

POR UMA OPINIÃO PARTICULAR SOBRE UMA ESTÁTUA...


Concordo novamente com Joana Mortágua, embora as motivações dela sejam eventualmente diferentes das minhas... Esteticamente até acho que a estátua está janota, mas o seu simbolismo e contexto não me agradam e acho que o laicismo é, diante dela, um mal menor. O laicismo é uma resposta tipicamente europeia - libertária e soberanista - ao totalitarismo dogmático abraâmico imposto na Europa pela Cristandade (e não só): perante a opressão cristã e subsequente concepção segundo a qual Cristianismo=Religião e Religião=Cristianismo, torna-se compreensível que o Europeu, sem outro caminho religioso que não o cristão, tenha optado por rejeitar «as religiões», rejeição que, já se vê, é muito mais anti-cristã do que propriamente anti-religiosa. Quando por outro lado surge nas fileiras da Esquerda um duplo padrão ou uma perspectiva de dois pesos e duas medidas, em que se repudia o património cristão por o considerar sinónimo de cultura europeia «opressiva» ao mesmo tempo que se quer fazer a cama para a entrada em força na Europa de elementos muçulmanos, minaretes incluídos, aí é que já o quadro fica pior e se pula da frigideira para o fogo... 
Entretanto, o laicismo acaba por constituir uma porta ou pelo menos uma janelita para o retorno das verdadeiras religiões da herança étnica (e aqui Joana Mortágua se calhar já não gostava, mas tanto faz), tanto na Europa como por exemplo no Irão ou no Quirguistão. Tenho de dizer que no lugar da estátua do Cristo-Rei ficava bem melhor uma efígie de Reve, ou de Júpiter, ou de Marte, de Vénus ou de Salácia, mas isso já é outra história...



20 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O Cristo é um grande símbolo que demonstra que esta terra tem uma identidade que não é moura, o que dá muito jeito a quem quer preservar a identidade portuguesa, sem apelo nem agravo.

12 de março de 2018 às 16:08:00 WET  
Blogger Caturo said...

Ahahahah, então mas algum milímetro de terra europeia precisa de uma estátua de um carpinteiro semita morto para provar que não é moura?... Essa é uma falsa identidade «portuguesa» que só atraiçoa os Portugueses.

12 de março de 2018 às 22:26:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Sim precisa, quando a sua identidade esta sob ataque multiculturalista precisa muito de símbolos que afirmem a sua especificidade cultural.

12 de março de 2018 às 22:51:00 WET  
Blogger Caturo said...

Usar um símbolo universalista para «afirmar uma especificidade cultural» é saltar da frigideira para o fogo. «Catolicismo» significa literalmente «universalismo» e o Cristianismo foi sempre veículo de miscigenação e destruição identitária desde a sua raiz.

13 de março de 2018 às 01:23:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

E no entanto os "hippies" brancos e afins são tão ou mais amantes de "imigrantes" Africanos que os "beatos" como explicas isso?

13 de março de 2018 às 05:15:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Quando por outro lado surge nas fileiras da Esquerda um duplo padrão ou uma perspectiva de dois pesos e duas medidas, em que se repudia o património cristão por o considerar sinónimo de cultura europeia «opressiva» ao mesmo tempo que se quer fazer a cama para a entrada em força na Europa de elementos muçulmanos, minaretes incluídos, aí é que já o quadro fica pior e se pula da frigideira para o fogo..."

A Joana Mortágua mostrou o seu desdém pelo Cristo-Rei porque este é uma representação da figura central daquela que é considerada, ainda hoje, a religião do homem branco, e, a um nível mais amplo, e como disse o Caturo, a opressão do Europeu aos outros povos. Fosse uma mesquita que ali estivesse e a Joana Mortágua nem se atreveria a fazer o mesmo. Possivelmente, até daria sinais de regozijo. Mas a hipocrisia do esquerdismo patológico, que se diz muito anti-religião, é mesmo assim.

O erro da Joana Mortágua foi ter desrespeitado um ex-líbris de Almada, um símbolo que faz parte da cidade, e penso que se houve indignação dos almadenses foi precisamente por isso, ainda mais quando esta etitude veio de uma gaja que se candidatou à Câmara daquela cidade. Mas são estas coisas que servem para expor esta gente tal como é: gente que, no fundo, se está a cagar para as pessoas e que só as instrumentaliza para, em nome delas, fazer a sua luta ideológica retorcida.

13 de março de 2018 às 20:31:00 WET  
Blogger Caturo said...

Independentemente do que ela é ou deixa de ser, constitui um mau caminho lógico estar a dar uma estátua como símbolo das pessoas, onde é que isso já vai... uma estátua destas é só uma estátua, não representa povo algum.

14 de março de 2018 às 00:18:00 WET  
Blogger Caturo said...

«E no entanto os "hippies" brancos e afins são tão ou mais amantes de "imigrantes" Africanos que os "beatos" como explicas isso?»

É fácil - são produtos ideológicos do anti-racismo militante da elite que no seu fundo é cristã, moralmente falando, ainda que se afirme ateia (ou «agnóstica», que está mais na moda). Esta gente só rejeita o Cristianismo - quando o rejeita - como símbolo e instituição da «religião do homem branco», não rejeita os valores morais do Cristianismo. Aliás, nos anos sessenta muitos deles até começaram a reconhecer que «Jesus C. foi o primeiro comunista», e foi de facto um dos primeiros, no sentido internacionalista igualitário.

14 de março de 2018 às 00:21:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Então são cristãos mesmo que não admitam e não coloquem os pés na igreja? Ou então pode suceder que a falta de cristandade ainda é pior para as defesas da Europa e tu não consegues lidar com isso...a falta de uma fé a serio relativiza tudo, tu bem gostavas que a fé cristã fosse substituida pela fé pagã mas se o povo cada vez tem mais dificuldade em levar a doutrina cristã a serio imagina em acreditar em deuses imaginarios "etnicos"

14 de março de 2018 às 08:53:00 WET  
Blogger Caturo said...

Isso é uma questão de tempo... à medida que as pessoas forem tomando consciência de que para acreditarem no Divino não precisam de acreditar literalmente que um tipo morreu numa sexta, chonou num sábado e ressuscitou num domingo, nem precisam de obedecer a dogmas limitadores - basta contemplarem a grandiosidade do céu, da Lua, do Relâmpago, do Sol, das estrelas, dos mares, das profundezas da terra e celebrarem com maior sacralidade umas boas almoçaradas, jantaradas e festas diversas...

Quanto aos antirras, são «cristãos» moralmente, mesmo que se digam ateus - dão por adquirido que o amor universal é uma obrigação moral e que as fronteiras étnicas/familiares são insignificantes ou devem ser ultrapassadas e até combatidas em nome desse amor. Não é pois a falta de Cristianismo que piora as defesas da Europa, antes pelo contrário - tu e outros bem podem marrar na negação, mas a qualidade e quantidade astronómica de factos que eu já aqui trouxe deixa bem a nu que 1)a doutrina cristã só pode valorizar a anti-imigração, 2)os principais líderes de toda a Cristandade concordam com isto, 3)as afirmações peremptoriamente anti-racistas proferidas por líderes e representantes da Cristandade ao longo de dois mil anos confirmam isto, 4)quanto mais a Igreja cai no mundo ocidental mais cresce o Nacionalismo, e isto não é só de agora, já se observa desde o fim da Idade Moderna e advento da Idade Contemporânea. Só por cegueira sentimental/emocional é que se pode ignorar isto, porque o Cristianismo foi «sempre» a religião da família e etc. e tal.
No que toca ao relativismo, não é esse o problema que causa a imigração mas sim precisamente o oposto do relativismo, que é a convicção moralista e militante de que é preciso trazer imigrantes em barda para solo europeu.

14 de março de 2018 às 23:08:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

O Cristo-Rei é um ícone da cidade de Almada, independentemente de ser visto ou não como símbolo religioso, como o é o guindaste da Lisnave, como a Torre Eiffel é um ícone de Paris ou o Palácio de Westminster é um ícone de Londres.

Certamente, a Joana Mortágua mostrou o seu desdém puramente por motivos religiosos mas isso foi entendido pelas pessoas de Almada como um "ataque" provocatório e completamente desnecessário a um dos símbolos (goste-se ou não) daquela cidade (da cidade, não de pessoas). E era esta gaja candidata à Câmara de Almada, uma pessoa que, por ódios pessoais, se descai desta maneira ao proferir comentários pouco abonatórios de algo que faz parte da cidade de que pretendia estar à frente, sem qualquer consideração com as reacções que isso poderia provocar, revelando o verdadeiro apreço que lhe tem.

Cristo-Rei à parte, se estar a dar uma estátua como símbolo das pessoas constitui um mau caminho lógico, uma efígie de Reve, ou de Júpiter, ou de Marte, de Vénus ou de Salácia também não são para aqui chamadas.

16 de março de 2018 às 12:23:00 WET  
Blogger Caturo said...

Evidentemente que são para aqui chamadas na medida em que se está a falar de religião, por mais que se queira desviar a conversa para o campo do «simples património». Todas, realmente todas as críticas que li dirigidas contra Joana Mortágua foram da parte de quem se sentia ofendido na sua crença ou no significado «nacional» da crença. Tivesse a bloquista falado contra a própria ponte ou contra qualquer outro «símbolo» patrimonial de Almada ou de qualquer outra parte do país e já não se via este cagaçal em torno de uma simples opinião. Haja frontalidade. Aliás, o facto de uma opinião estética, e religiosa, estar a ser puxada para o âmbito de uma «ofensa nacional/local/aoscoitadinhosdeAlmada» é uma prova clara de que efectivamente não deve haver património cristão a confundir-se com património nacional ou «simbólico», precisamente porque aí um sentimento nacional/pátrio/regional é usado como escudo e pretexto para blindar um elemento cristão. Já basta.

17 de março de 2018 às 22:30:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Não estou a "desviar" a conversa para o campo do simples património, não. Não recorro a essas tácticas tácticas nem tenho necessidade alguma de estar a defender cristianismos. O que escrevi foi que o Cristo-Rei, embora tenha sido erigido por motivos religiosos, é hoje maioritariamente visto como um ex-líbris, parte da cidade, e foi neste sentido que a crítica da Joana Mortágua foi encarada.

Todas as críticas que leste foram de parte de quem se sentiu ofendido na sua crença? Pois eu digo que o que mais conheço é "coitadinhos de Almada" que, estando completamente a marimbar-se para religião, e excluindo os outros poucos que conheço que a quem este episódio não afectou minimamente porque são comunistas, "anti-religião" (que, no caso, é o mesmo que dizer "anti-religiãoqueéassociadaaohomembranco"), ou as duas coisas, também mostraram a sua indignação. Porquê? Porque sentiram que a crítica ultrapassou a questão religiosa (essa nem foi, sequer, psta na equação) e interpretada com maldizer um elemento característico da sua cidade.


"Tivesse a bloquista falado contra a própria ponte ou contra qualquer outro «símbolo» patrimonial de Almada ou de qualquer outra parte do país e já não se via este cagaçal em torno de uma simples opinião."

Como sabes? A malta da margem sul também não levou a peito quando o outro disse que aquilo era um deserto? E quando a Maitê Proença teve o desplante de vir a Portugal e fazer pouco de símbolos não-religiosos em Sintra, por exemplo (se bem me lembro), isso não foi levado muito a mal?

18 de março de 2018 às 10:07:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Um elemento cristão que é anti-Islão, e que por é um obstáculo para o multiculturismo e seus apologistas, o que faz ter muito valor para a causa nacionalista.

20 de março de 2018 às 00:16:00 WET  
Blogger Caturo said...

É tão «anti-Islão» como outra estátua qualquer... ou aliás, é menos anti-Islão do que a maioria das outras estátuas, porque Jesus Cristo também faz parte da religião muçulmana... Não é por isso nenhum obstáculo para o multiculturalismo, pelo contrário, sempre foi e continua a ser um veículo privilegiado precisamente do multiculturalismo: «Nós que antes vivíamos separados por causa das nossas diferenças de raça, hoje vivemos todos juntos graças à vinda de Cristo», dizia Justino o Mártir no segundo século depois de Cristo...

20 de março de 2018 às 22:31:00 WET  
Blogger Caturo said...

«Todas as críticas que leste foram de parte de quem se sentiu ofendido na sua crença? Pois eu digo que o que mais conheço é "coitadinhos de Almada" que, estando completamente a marimbar-se para religião,»

Pois as pessoas podem estar a marimbar-se para a religião, mas no fundo têm uma beatice escondida ou esquecida que é activada pelo ódio político e depois junta-se uma coisa à outra.


«também mostraram a sua indignação. Porquê? Porque sentiram que a crítica ultrapassou a questão religiosa (essa nem foi, sequer, psta na equação) e interpretada com maldizer um elemento característico da sua cidade.»

Não li um único caso desses. Quantos foram, três, quatro?...



«Como sabes? A malta da margem sul também não levou a peito quando o outro disse que aquilo era um deserto?»

Sim, quando desse modo insultou toda a região. Não por ter criticado um determinado monumento. Quem se chateia quando um monumento é criticado e como?


«E quando a Maitê Proença teve o desplante de vir a Portugal e fazer pouco de símbolos não-religiosos em Sintra, por exemplo (se bem me lembro), isso não foi levado muito a mal?»

Claro que foi, porque é brasileira e porque se interpretou isso como um desprezo brasuca contra Portugal. Mais uma vez, a questão não foi o monumento, foi algo de âmbito muito maior. O caso é por isso diferente do de um esquerdista que expressa o seu desagrado por um monumento de origem religiosa.

20 de março de 2018 às 22:37:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Não, o que faz parte do Islão é uma pálida sombra de Jesus porque esta religião é brutalmente contra Jesus Cristo, o filho de Deus, que é a base do Cristianismo.

20 de março de 2018 às 23:43:00 WET  
Blogger Caturo said...

Não, o Islão não é em nada contra a figura de Cristo. Pretende sobrepôr-se ao Cristianismo, que é outra coisa bem diferente, considerando que JC não é o maior dos profetas mas sim um profeta entre outros.

21 de março de 2018 às 22:26:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

"Pois as pessoas podem estar a marimbar-se para a religião, mas no fundo têm uma beatice escondida ou esquecida que é activada pelo ódio político e depois junta-se uma coisa à outra."

Mas isso dizes tu, que acreditas que é impossível ter-se ficado indignado pela crítica da Joana Mortágua ao Cristo-Rei zem ser por motivos religiosos ou que este não seja visto única e exclusivamente como símbolo religioso. O que não faltam é casos em que o monumento é tido como referência da cidade de Almada, completamente desprovida de valor religioso, desde a impressão da sua imagem em marcas locais de tábuas de skate, tatuagens, graffitis, capas de álbuns de música, nomes de estabelecimentos comerciais, até a agenda cultural de Almada, nos tempos em que a Câmara Municipal era do mais comuna que havia, o encarava desta forma, e não me consta que tudo isso por beatice. É um ex-líbris da cidade, visto como religioso e não, uma construção com que os almadenses se identificam sem merdices religiosas, e isto é um facto, indepentemente de o aceitarmos ou não.

Dei os exemplos do Mário Lino e da Maitê Proença (sendo que o último, acima de tudo, enxovalho insultuoso e completamente desnecessário de estrangeira/brasileira a Portugal, dou de barato) para dizer que é perfeitamente natural que haja indignação local sem que seja por ataque a símbolos religiosos.

"Tivesse a bloquista falado contra a própria ponte ou contra qualquer outro «símbolo» patrimonial de Almada ou de qualquer outra parte do país e já não se via este cagaçal em torno de uma simples opinião."

Claro que não, porque ninguém se sente ofendido quando fazem pouco de um elemento integrante da sua cidade, seja religioso ou não, especialmente quando o escárnio ou a ofensa vem de uma pessoa que, com todas as boas intenções, se tinha previamente candidatado à Câmara Municipal da sua cidade sem sequer ter alguma ligação com ela...

22 de março de 2018 às 21:00:00 WET  
Blogger Caturo said...

Só agora pude responder a

«O que não faltam é casos em que o monumento é tido como referência da cidade de Almada, completamente desprovida de valor religioso, desde a impressão da sua imagem em marcas locais de tábuas de skate, tatuagens, graffitis, capas de álbuns de música, nomes de estabelecimentos comerciais, até a agenda cultural de Almada, nos tempos em que a Câmara Municipal era do mais comuna que havia, o encarava desta forma, e não me consta que tudo isso por beatice.»

Que o símbolo se tenha tornado popular independentemente da sua origem religiosa é uma coisa que não está em discussão. Que a crítica a um monumento não atrairia a mesma hostilidade da parte dos actuais queixosos caso o monumento não fosse de origem religiosa, isso mantenho. Não acredito que se ela tivesse dito «fico contente quando não vejo a ponte sobre o Tejo» ou «fico contente quando não vejo a estátua do Marquês» isso causasse o mesmo reboliço.

5 de maio de 2018 às 15:10:00 WEST  

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