sexta-feira, dezembro 15, 2017

KEBAB ESCAPA A PROIBIÇÃO NA UE

Os kebabs estão a salvo na União Europeia. Por apenas três votos, o Parlamento Europeu chumbou na última Mércores a proposta da Comissão de Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar que pretendia vetar a proposta da Comissão Europeia de permitir a utilização de fosfatos para a preservação da carne, o que colocaria em risco o negócio de kebabs no espaço comunitário. A proposta tinha de ser aprovada por maioria absoluta, ou seja 376 votos, mas apenas 373 eurodeputados votaram a favor no plenário de Estrasburgo.
Com esta decisão a Comissão Europeia pode assim autorizar, como era sua intenção, a utilização de ácido fosfórico — fosfatos — di-, tri- e polifosfatos (E 338-452) como aditivos alimentares em “espetadas verticais giratórias congeladas de carne” de carneiro, borrego, vitela, vaca ou aves de capoeira.
Ainda não estava legislada essa permissão e a Comissão Europeia fez recentemente uma proposta no sentido de integrar os kebabs no grupo de alimentos nos quais podem ser utilizados fosfatos. Opinião diferente tiveram os deputados que tratam destes assuntos no Parlamento Europeu. A comissão que trata da segurança alimentar aprovou (32 votos a favor e 22 contra), a 28 de Novembro, uma resolução em que pretendia travar essa proposta da comissão. Os eurodeputados justificavam a decisão com estudos científicos que relacionam a utilização deste tipo de aditivos com o aumento dos riscos de problemas cardiovasculares e solicitavam que se esperasse por uma avaliação científica da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos, que deveria ocorrer até finais de 2018. Havia uma outra razão: os aditivos de fosfato, justificam os deputados da comissão, podiam fazer com que a carne retivesse água, o que poderia resultar em carne pesando artificialmente mais e fosse vendida a um peso mais caro. Os kebabs ficavam assim em perigo, caso plenário validasse a resolução da comissão. No entanto, o resultado ditou outra coisa: a proposta obteve 373 votos a favor, 272 contra e 30 abstenções, ficando a três votos da maioria necessária. A Comissão sempre disse que os fosfatos não afectam a saúde do consumidor e que legislar o uso de fosfatos — até agora um pequeno número de produtos, como salsichas e hambúrgueres — é importante para quem tem negócios de kebab na Europa.
O kebab, um prato culturalmente originário da Turquia, popularizou-se na década de 1970, como comida de rua, em Berlim. Hoje, há mais de 200 mil pessoas a trabalhar em restaurantes de kebabs em toda a Europa. Só no Reino Unido são vendidos todos os dias 1,3 milhões de kebabs, segundo dados do jornal The Guardian.
Apesar de não ter sido vetada a legalização do uso da, tal como qualquer outro aditivo permitido no mercado único da UE, caso sejam levantados problemas de saúde — por exemplo, nesse estudo da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) previsto para finais de 2018 — a autorização deverá ser reconsiderada.
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Fonte: http://observador.pt/2017/12/15/kebabs-salvos-por-tres-votos-no-parlamento-europeu/

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Curiosamente não se ouviu grande histeria da parte dos ambientalistas, naturistas e etc. a favor da proibição do kebab, não sei se por serem todos da opinião de que esta comida turca não faz mal à saúde ou porque o anti-racistismo labrego que paira em certas atmosferas poluídas não lhes deixe crescer a agressividade militante contra esta iguaria...
Cuidado, pois, leitores, estão avisados quanto ao kebab.