quarta-feira, setembro 20, 2017

CURDOS A CAMINHO DA INDEPENDÊNCIA COM APOIO ISRAELITA E FIM DO IRAQUE

Um alto funcionário iraquiano do Curdistão disse à Sputnik que o Curdistão iraquiano realizaria um referendo de independência, apesar da pressão política.
O Curdistão iraquiano vai votar pela independência, mesmo diante da pressão internacional e regional para cancelar o pleito, disse à Sputnik o chefe da Comissão Eleitoral Independente para Eleições e Referendo no Curdistão, Hendrin Mohammed.
"Infelizmente, há uma grande pressão internacional e regional, como você sabe. Os Grandes Poderes opõem-se ao voto. Mas estamos avançando para o facto de que o referendo acontecerá", disse Mohammed.
O funcionário acrescentou que a recente decisão do Parlamento iraquiano de rejeitar o referendo não impedirá a comissão de preparar e conduzir o voto de independência, uma vez que segue apenas a legislação autónoma do Curdistão e as ordens do presidente do Curdistão iraquiano Masoud Barzani.
No início de Junho, Barzani anunciou a sua intenção de realizar um referendo sobre a independência da região do Iraque em 25 de Setembro. O movimento já foi amplamente criticado pelas autoridades iraquianas, bem como por vários outros países, incluindo o Irão, a Turquia e os Estados Unidos.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/201709209397679-curdistao-iraquiano-independencia-pressao-referendo/

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O ex-cônsul da Turquia em Arbil – capital do Governo Regional do Curdistão, Aydin Selcen, em entrevista à Sputnik Turquia comentou realização do referendo de 25 de Setembro para independência do território.
O ex-cônsul da Turquia em Arbil – capital do Governo Regional do Curdistão, Aydin Selcen, em entrevista à Sputnik Turquia comentou realização do referendo de 25 de Setembro para independência do território.
Segundo ele, "se no resultado do referendo os curdos iraquianos declararem a independência, Israel será o primeiro a reconhecê-la por interesse na compra de petróleo do Governo Regional do Curdistão".
Selcen salientou que, mesmo faltando pouquíssimo tempo para realização do referendo, não há unanimidade entre os partidos políticos do Curdistão, sendo este um facto negativo. "Na região há duas forças políticas influentes – o Partido Democrático do Curdistão, com sede em Arbil, e a Aliança Patriótica do Curdistão, com sede em Suleimânia. Antes da decisão de realizar referendo, os dois partidos tentaram várias vezes dialogar, renovar a actividade do parlamento curdo e discutir assuntos administrativos. Mas não resultou. Afinal de contas, com referendo para acontecer, os principais partidos políticos não compartilham opinião unânime sobre as questões mais importantes", explicou.
"Enquanto isso, do ponto de vista dos curdos iraquianos, há factores tanto positivos quanto negativos. Por exemplo, as autoridades do Governo Regional do Curdistão, sob pretexto da interferência dos EUA e da luta contra o Daesh [organização proibida na Rússia e em vários outros países], contribuíram para a expansão significativa das fronteiras dos seus territórios; as terras ocupadas pelos curdos iraquianos são equivalentes a cinco territórios do Líbano moderno. Possuem jazidas de recursos minerais, territórios adequados para agricultura e a população corresponde a cerca de 6 milhões de pessoas. Tem certo apoio internacional, na verdade, que não é relacionado com a questão de reconhecimento da independência. Como é sabido, proclamar independência não significa tornar-se num Estado independente", ressaltou Selcen.
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Fonte: https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/201709159364679-curdistao-iraque-referendo-independencia-israel/

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O presidente do Curdistão iraquiano, Massoud Barzani, disse que a desintegração do Iraque e a independência da região autónoma curda são iminentes.
"O Iraque acabou como a Checoslováquia. Os Curdos estão prontos para se governarem", disse Barzani, em entrevista publicada pelo jornal italiano La Stampa.
Segundo o líder curdo, "no Médio Oriente e na Europa, a História tem mostrado que alguns Estados resultantes da Primeira e da Segunda Guerra Mundial se mostraram insustentáveis”.
"A Checoslováquia e a Jugoslávia desapareceram, tal como está a acontecer hoje com o legado de Sykes-Picot", disse Barzani.
O acordo Sykes-Picot, o pacto secreto entre a Grã-Bretanha e a França dividiu as esferas de influência no Médio Oriente após a derrota do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial.
O presidente afirmou estar convencido de que "O Iraque vai-se desintegrar como a Checoslováquia".
"Os Curdos têm o direito a ter seu próprio Estado, como os países da Europa de Leste", disse Barzani, certo de que os Árabes serão forçados a aceitar a independência curda.
O Curdistão iraquiano, localizado no norte do país, é a única região autónoma do Iraque.
O seu estatuto é consagrado na Constituição aprovada em 2005, dois anos depois da queda de Saddam Hussein.
A autonomia tem o seu próprio presidente, governo, parlamento e forças de defesa – os peshmerga. 
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Fonte: https://br.sputniknews.com/oriente_medio_africa/201703057821884-colapso-do-iraque-e-inevitavel/

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O comentário do turco sobre a motivação do apoio israelita tem que se lhe diga, peca por estar incompleto, no mínimo... petróleo todos querem e quem apoiar o lado aparentemente mais forte, o do Iraque, tem mais probabilidade de o obter... Israel poderá nutrir muito mais interesses do que simplesmente o petróleo,  como por exemplo o enfraquecimento dos poderes árabes e turco na zona, o que além de ser favorável a Israel, e aos próprios Curdos, obviamente, também seria, a posteriori, útil ao Ocidente e à Rússia.