segunda-feira, novembro 30, 2015

JORNALISTA INDICA AMEAÇA ISLÂMICA PARA ALÉM DO CALIFADO DA SÍRIA E DO IRAQUE - A TURQUIA E OUTRAS POTÊNCIAS ISLAMISTAS DO FUTURO

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A Europa precisa de tomar uma posição mais dura em relação à Turquia visto que Ancara promove o crescimento do extremismo islâmico, que usa para consolidar a sua influência política no Oriente Médio, disse o jornalista Pascal Celerier ao site Boulevard Voltaire.
O apoio turco ao Estado Islâmico, o derrube do bombardeiro Su-24 e a interrupção do minuto de silêncio em homenagem às vítimas dos atentados em Paris com gritos “Allahu Akbar” no estádio turco mostram que o lado islâmico da Turquia é forte e que o país não tem a mesma atitude que tem a União Europeia quanto aos assuntos do fundamentalismo islâmico, disse o autor.
A Turquia está a sonhar em tornar-se numa grande potência uma vez mais. O país é essencialmente “um califado islâmico” que actualmente está em processo de tentar reestabelecer o Império Otomano, afirmou Celerier.
Na sua opinião, em breve o mundo observará uma confrontação entre Ancara e Teerão como dois capitães competiriam para se tornarem no líder do novo império no Médio Oriente.
Haverá uma ascensão de “califados islâmicos” politicamente e economicamente mais potentes no futuro. A Turquia será um deles, disse o autor.
O governo francês precisa entender que o Estado Islâmico é somente um instrumento de jogos geopolíticos. Celerier disse que o Estado Islâmico não é “o terceiro Reich“ e será derrubado em breve. Entretanto, a vitória sobre o Estado Islâmico será só uma parte do problema maior que a França e a UE enfrentam, que é a ascensão do fundamentalismo islâmico de forma mais agressiva e expansionista.
O desenvolvimento de bancos islâmicos, programas educacionais e eventos para apoiar estudos islâmicos fundamentalistas por todo o mundo é um risco que a Europa enfrenta hoje. Todavia, o Estado Islâmico é somente uma organização artificialmente criada para distrair o Ocidente duma ameaça real que está crescendo de forma encoberta, afirmou o jornalista.


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Segundo Alexandre del Valle em «Guerras Contra a Europa» (1999, Hugin), a re-islamização da Turquia começou já na década de oitenta e só acelerou com Erdogan.