segunda-feira, maio 26, 2014

DEMOCRACIA DÁ VITÓRIA AO NACIONALISMO NA BÉLGICA - NACIONALISTAS VENCEM LEGISLATIVAS

Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/nacionalistas-flamengos-vencem-legislativas-na-belgica-1637438
Os nacionalistas flamengos venceram as eleições legislativas na Bélgica, mas sem terem ainda a certeza de que poderão formar uma nova maioria para governar o país.
A Nova Aliança Flamenga (N-VA), liderada por Bart de Wever, conseguiu superar a barreira dos 30% na Flandres, onde vivem quase 60% dos belgas.
De acordo com as sondagens feitas à boca das urnas, a N-VA deverá alcançar entre 32% e 34%, muito à frente dos democratas-cristãos do CD&V, com cerca de 18%.
Pouco depois de terem sido anunciadas as projecções, o líder do partido dirigiu-se aos seus apoiantes, em Antuérpia, em latim: “Vicit vim virtus” (a virtude supera a força).
Na Bélgica francófona, o partido socialista, do primeiro-ministro cessante, Elio Di Rupo, liderava a contagem na Valónia (no Sul), com pouco mais de 30%.
Os cidadãos belgas foram chamados às urnas neste domingo para elegerem os seus deputados europeus, mas também os parlamentos regionais e os deputados nacionais, num dia marcado pelo tiroteio de sábado no Museu Judaico de Bruxelas, que fez quatro mortos.
Mais uma vez, todos os olhos estavam virados para a Flandres, a região de língua holandesa, no Norte do país, onde a campanha foi mais intensa.
Recebido em euforia, Bart De Wever fez um “V” de vitória e anunciou os seus objectivos. Em primeiro lugar, pretende encontrar “o mais rapidamente possível” parceiros para uma “coligação forte” e “lógica” para liderar a Flandres. A nível federal, disse o líder nacionalista flamengo, o objectivo é “não ter uma longa crise política”, pelo que prometeu “tomar a iniciativa para ver o que será possível fazer”.
Mas os analistas são muito mais cautelosos, devido à complexidade da política do país. Muitos deles notam que o N-VA teve ganhos à custa do partido de extrema-direita Vlaams Belang, em forte queda. “Os partidos separatistas registaram um certo recuo”, sublinhou o presidente do PS francófono, Paul Magnette.
As últimas eleições, em 2010, deram origem a uma crise política de duração recorde, com a impossibilidade de a Bélgica formar Governo durante 541 dias. Nesse ano, o partido de Bart de Wever obteve 28,3% e foi designado pelo rei para formar uma maioria governativa, sem sucesso. No ano seguinte, em 2011, recusou-se a integrar o Governo do primeiro-ministro socialista francófono, Elio Di Rupo.
De Wever acredita que a Flandres será um dia um estado independente no seio da União Europeia. Mas, no imediato, o seu objectivo é transformar a Bélgica num estado “confederal”, em que o governo central teria apenas competências em matéria de Defesa e política externa.
O líder da N-VA não esconde o desejo de afastar do Governo os socialistas francófonos do primeiro-ministro, Elio Di Rupo, que lidera, desde Dezembro de 2011, uma coligação de seis partidos socialistas, liberais e democratas-cristãos, quer flamengos quer valões.
Bart de Wever deverá agora ser encarregado pelo rei Filipe da tarefa de procurar parceiros, incluindo francófonos, para formar um Governo federal. Uma posição quase esquizofrénica para um homem que afirma que a Bélgica já não funciona como país. E, ao mesmo tempo, uma tarefa que é tudo menos um dado adquirido.
O ainda primeiro-ministro Elio Di Rupo, diz mesmo que pôr Bart de Wever na chefia do Governo “é como entregar a guarda do galinheiro à raposa”. Ainda assim, as negociações vão começar na segunda-feira.

Não será talvez o melhor dos partidos nacionalistas. A sua vitória constitui todavia um sinal claro de que a população quer mais «Nós», mais defesa e promoção da sua gente. E isto é, no essencial, uma vitória do Nacionalismo. Uma vitória dada pela Democracia - uma vitória dada pela mais genuína vontade popular.


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O meu pedaço de esterco .mas os nacionalistas não são a gangue do vlan belang?!

30 de maio de 2014 às 05:54:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Não só, minha paneleira. Estas coisas não são estanques. Até em Portugal, onde só há um partido nacionalista, até aqui há nacionalistas fora e dentro do partido, quanto mais num país onde há dois partidos com tal designação.

30 de maio de 2014 às 19:42:00 WEST  

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