terça-feira, janeiro 28, 2014

SOBRE A POSIÇÃO ANTI-RUSSA DOS NACIONALISTAS UCRANIANOS

Fonte: http://www.publico.pt/mundo/noticia/presidente-da-ucrania-aceita-revogar-leis-repressivas-contra-manifestantes-1621374
O primeiro-ministro da Ucrânia, Mikola Azarov, demitiu-se esta terça-feira, no dia em que o Parlamento revogou a maioria das leis que limitavam os protestos e que despertaram os episódios de violência da última semana. O Presidente, Viktor Ianukovitch, aceitou a demissão de Azarov e do Governo.
Ianukovitch aceitou a demissão do primeiro-ministro e de todo o executivo ao início da tarde, segundo a agência Interfax-Ucrânia. O Governo de Azarov irá permanecer em funções até ser designado um novo gabinete, acrescenta a agência, que cita o site da presidência.
“Tomei a decisão pessoal de solicitar ao Presidente da Ucrânia que aceite a minha demissão do cargo de primeiro-ministro, com o objectivo de criar condições para um compromisso político para resolver o conflito pacificamente”, afirmou na manhã de terça-feira Azarov, chefe do Governo desde 2010. “Hoje, o mais importante é preservar a unidade e a integridade da Ucrânia. Isto é muito mais importante do que qualquer plano ou ambição pessoal. Por isto, tomei esta decisão.”
A demissão do Governo e a revogação das leis que restringiam as manifestações representam as primeiras cedências concretas face às reivindicações que mobilizam centenas de milhares de pessoas há mais de dois meses em Kiev e que alastraram a outras zonas do país. O Parlamento deverá também discutir a concessão de amnistia para os manifestantes presos durante os protestos.
É improvável, todavia, que a marcação de eleições presidenciais antecipadas – um dos pontos fortes na agenda da oposição a Ianukovitch – seja votada na sessão desta terça-feira, ou até mesmo discutida, havendo a possibilidade de os protestos continuarem.
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Metido a fundo nesta história está o Svoboda, partido nacionalista ucraniano, que até há pouco tempo se auto-designava como nacional-socialista e se quer opor à «mafia judaico-moscovita». Na Europa Ocidental e EUA, em contrapartida, demasiados dos seus correligionários ns ou afins não duvidam por um momento que seja em considerar todo o Ocidente sob o jugo do eterno-judeu... porque esta malta vê judeus em tudo o que é mau, já se sabe como é.

Enfim, anti-judaísmos e quejandos primarismos à parte, é preciso compreender a posição dos nacionalistas ucranianos contra a ligação à Rússia. Para muitos dos nacionalistas da Europa Ocidental e dos EUA, tal país constitui a maior esperança da raça branca, e talvez o seja de facto, mas não pode esquecer-se o contexto histórico da Europa de leste: a maior parte das nações eslavas, bem como as bálticas, sofreram nas respectivas peles o efeito do imperialismo moscovita, primeiro com os czares, depois com os soviéticos. Este é mais um exemplo de como os imperialismos têm sido nocivos para a estirpe europeia, neste caso virando europeus contra europeus, e constitui um aviso para todos os que, aderindo a ideologias totalitárias, se posicionem contra a Democracia e contra o respeito que é devido aos direitos dos indivíduos e dos Povos.