terça-feira, outubro 22, 2013

EM FRANÇA - NACIONALISTAS, AO LADO DO POVO, DENUNCIAM TIBIEZA DO PRESIDENTE DIANTE DA ESQUERDA

A presidente da Frente Nacional (extrema-direita), Marine Le Pen, pediu nesta segunda-feira a demissão do Presidente francês, François Hollande, que acusa de ter "humilhado" a França devido à forma como lidou com o caso da imigrante ilegal de 15 anos Leonarda Dibrani, que foi expulsa e, depois, convidada a regressar ao país.
"O primeiro a demitir-se não deve ser Manuel Valls [ministro do Interior]. É evidentemente o Presidente da República que humilhou a França de tal maneira que deixou de ter qualquer autoridade", disse Le Pen à estação de rádio France 2.
A família de Leonarda - a mãe e cinco irmãos (um deles nascido em França) - foi repatriada para o Kosovo no dia 9 de Outubro. O episódio da detenção da rapariga motivou a abertura de um inquérito administrativo sobre o processo de repatriamento que concluiu que a legislação foi seguida e, se houve erro, foi apenas de bom senso no momento da detenção de Leonarda - a polícia foi buscá-la quando participava numa excursão com os colegas da escola que frequentava.
A expulsão foi contestada, sobretudo de Paris, pelos estudantes do ensino secundário que encerraram 14 escolas e marcharam nas ruas. Hollande decidiu então autorizar Leonarda a regressar para terminar os estudos, mas não alargou o convite ao resto da família.
Vimos perfeitamente a fraqueza desta personagem [Hollande] que, pressionado por alguns estudantes de esquerda, decidiu violar não apenas as decisões administrativas, mas também a lei", disse Marine Le Pen.
A Frente Nacional manteve um silêncio prudente durante todo o episódio que foi condenado pela esquerda, com Le Pen a optar por criticar directamente o Presidente e não a política de repatriamento de imigrantes ilegais - a posição da extrema-direita sobre esta matéria é clara e defende as expulsões. A maioria dos franceses, de acordo com as sondagens, também, e Marine Le Pen quer que este caso seja mais um dado a seu favor nas eleições locais de Março, em que a Frente Nacional prevê os seus melhores resultados de sempre.

Mais uma vez, de um modo absolutamente flagrante e sem deixar margem a qualquer espécie de dúvida: a elite político-cultural quer uma coisa, o povo e os nacionalistas querem outra. 
Preto no branco, sem apelo nem agravo, ponto mais que assente.