sexta-feira, outubro 25, 2013

DISCURSO NACIONALISTA GANHA FORÇA NO SEIO DO POVO RUSSO


Polícia controla passaportes em estações de metro de Moscovo, e posts na internet pedem que moscovitas digam não a mesquitas.
“Moscovo para os moscovitas!”. Foi com este lema que os grupos nacionalistas da capital russa sempre criticaram a presença de não-locais na cidade. O discurso tido como radical popularizou-se na última semana, como consequência dos recentes conflitos étnicos em Moscovo.
Na madrugada do dia 10 de Outubro, o jovem russo Egor Shcherbakov, de 25 anos, foi morto a caminho de casa, depois de uma discussão na rua. Câmeras de segurança e o testemunho da namorada apontaram um estrangeiro como o culpado do crime. A suposição foi suficiente para levar mais de 3.000 pessoas no último domingo (13/10) às ruas de Biruliuvo, no sul de Moscovo, para criticar a presença imigrante no bairro e pedir que o caso fosse resolvido.
Durante o protesto, misturados com os outros manifestantes, dezenas de jovens da extrema-direita nacionalista aproveitaram o momento para atacar um mercado de frutas e verduras, onde a maioria dos trabalhadores é da Ásia Central ou do norte do Cáucaso.
Nas redes sociais, vários vídeos e fotos anti-imigração circularam pela blogosfera russa. “Olhem como eles se comportam. Eu não acreditaria se não estivesse vendo”, comentou Vitya B., num vídeo em que estrangeiros aparecem pulando o controlo do metro. “Tenho vegonha de ser moscovita. Nem parece que estamos na Europa”, reclamou Aleksei Rodvenko, numa postagem que mostrava milhares de muçulmanos em Moscovo celebrando o Festival Kurban Bayram, na última terça-feira (15).


Cartaz que circula na internet: “Moskvabad - diga não a mesquitas e escolas muçulmanas no seu bairro”.

Como a grande maioria dos residentes considerados indesejados professa a fé islâmica, a escalada anti-imigrante veio juntamente com um discurso anti-muçulmano. “Moskvabad - diga não a mesquitas e escolas muçulmanas no seu bairro”, reza um dos posts mais compartilhados. A cidade de Moscovo, em russo, chama-se “Moskva”, mas o grande número de muçulmanos residindo na capital levou à criação da expressão “Moskvabad”, em alusão ao sufixo “abad”, que significa “lugar” e é muito comum cidades da Ásia, como Islamabad e Ashgabad. A “brincadeira”, de claro tom racista, foi amplamente replicada esta semana nas redes sociais.

Metro Beliaevo, sul de Moscou, 5 da tarde de sexta-feira.  A volta para casa e o fim de semana estão apenas começando, mas não para todos os 11 milhões de habitantes da capital russa. Diante da possível escalada dos conflitos étnicos, a polícia de Moscovo decidiu agir aumentando o controle de documentação de migrantes nas ruas da cidade.
A estratégia é simples. Cinco autocarros são colocados exactamente na saída do metro – dois num lado da avenida e três do outro. Na parte subterrânea, quatro polícias controlam quem passa por ali, parando aqueles considerados suspeitos. Dois outros patrulham o controlo do metro. Sete aguardam os passageiros na plataforma da estação. Para ser considerado suspeito, basta ter aparência asiática ou do norte do Cáucauso. O “racial profiling” (parar ou procurar suspeitos com base na origem racial) é o método mais usado pelas autoridades da polícia russa.
A reportagem de Opera Mundi conversou com alguns imigrantes parados pela polícia russa. “Vivemos escondidos. Agora estamos com medo até mesmo de sair para comprar comida”, conta Rustam, na Rússia há três anos. “Nós trabalhamos por kopeki (centavos), construímos e  limpamos a cidade e, quando um imigrante comete algum crime, acham que a culpa é de todos nós.”
Rustam saiu do Tajiquistão com o mesmo sonho de tantos outros imigrantes – poder dar uma vida melhor à família. Tem dois filhos e ganhava o equivalente a 200 reais por mês. Em Moscovo, trabalhando 14 horas por dia na construção civil e fazendo turnos de taxista à noite, Rustam consegue ganhar até dez vezes mais que isso.
“Apesar de tudo, ainda vale a pena. Faço isso para que os meus filhos não tenham que fazer o mesmo. Eles virão a Moscovo para estudar, para trabalhar num banco”, conta o imigrante tajique.
Entre os russos, o tema não chega a ser uma controvérsia. Numa pesquisa divulgada em Junho pelo Centro de Estudos da Opinião Pública da Rússia (VTsIOM, na sigla em russo), 35% dos russos colocam a entrada de imigrantes como a principal ameaça do país, antes de problemas como corrupção, qualidade de vida ou terrorismo.
 “Eles vêm pra cá e não respeitam as nossas leis. Além disso, são perigosos. Moram todos apinhados em apartamentos, pagando pouquíssimo de aluguel e o dinheiro que ganham é enviado para o país deles”, conta Natasha Sokolova, de 35 anos, “mãe de três filhos”, como insiste. “Eles não pagam impostos. Nada do que ganham fica na Rússia”, diz a amiga Olga Bazanova, fazendo eco do discurso de Natasha.
“Não somos xenófobos. Queríamos que o governo nos ouvisse. O governo precisa de um plano para que venham de maneira legal e possam integrar-se na sociedade. Estamos tendo problemas com eles (imigrantes). Não queremos que venham para cometer crimes”, completa a mãe de Natasha, tentando amenizar um pouco o discurso inflamado das jovens.
As estatísticas oficiais da Procuradoria Geral da Federação Russa, que podem ser consultadas por qualquer pessoa através da internet, mostram que, no ano passado, apenas 3,5% dos crimes no país foram cometidos por imigrantes. Em Moscovo, este número chega a 21%. No entanto, analistas explicam que crimes administrativos também estão nestes dados. Por exemplo, não estar registado num endereço da cidade é considerado crime. Se contados apenas os ditos “crimes graves”, acredita-se que o percentual de crimes cometidos por imigrantes em Moscovo seja de 15%, proporcional à presença estrangeira na cidade e desmistificando a ideia de que a violência seja maior entre este grupo.

Quinze por cento é proporcional?
Vejamos o que diz a Wikipedia sobre a composição étnica de Moscovo em 2010:
  • Russos: 9,930,410 (91.65%)

Portanto, os alógenos constituem, todos juntos, menos de dez por cento, bem abaixo dos supracitados quinze por cento de crimes graves...
Acresce que se já há crimes que cheguem cometidos por nacionais, mais uma razão para não ter de suportar também os crimes cometidos por gente de fora. E a população autóctone mais genuína sabe disso, instintivamente que seja, revoltando-se contra a violência arrogante de quem fora da sua terra se atreve a cometer crimes graves contra a população indígena.


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

http://www.portuguese.ruvr.ru/news/2013_10_26/bulgaria-esta-construindo-muro-na-fronteira-com-turquia-7188/

26 de outubro de 2013 às 14:08:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

bulgaria-esta-construindo-muro-na-fronteira-com-Turquia

isso seria desnecessário se a trácia EUROPEIA fosse re-anexada a europa..os turcos devem ser empurrados pra asia menor que é o lugar deles e não usarem a trácia oriental como trojan

29 de outubro de 2013 às 03:48:00 WET  

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