sexta-feira, março 29, 2013

«O COMPLEXO DE CULPA DO OCIDENTE»

Arranjo finalmente tempo para dizer qualquer coisita sobre o livro cujo título acima se lê, da autoria de Pascal Bruckner. Como facilmente se deduz, o autor atira aqui um olhar crítico àquilo a que se pode chamar, genericamente, como o complexo de culpa branco, quando se entenda por «branco» o europeu e não obviamente os restantes brancos. É caso para dizer que se o olhar matasse, este complexo de culpa, criado e incutido pelas elites, estava já mais que morto. Bruckner disseca com flamejante lucidez a mentalidade etno-masoquista da cambada cultural reinante no Ocidente, que visa culpar a civilização europeia e seus derivados de todos os males e mais alguns, num «mea culpa» contínuo e sistemático, com um zelo de tipo sacerdotal - quais «guardiões do fogo», para citar uma expressão usada por Bruckner - dir-se-ia estrutural, que se cobre com ares racionais e eruditos mas que não resiste à análise simples de quem entenda que foi a Europa, e só a Europa, que na verdade lutou pela libertação mundial dos povos contra a escravatura.
É de ter em atenção que Bruckner nem sequer é um ideólogo nacionalista ou integrável de algum modo no campo político da Extrema-Direita. Há até uma série de passagens no livro opostas à libertação nacionalista contra o complexo de culpa que a elite quer impingir aos Europeus na generalidade. Mas é precisamente esta distanciação entre Bruckner e o Nacionalismo que dá mais objectividade ao que tanto os nacionalistas em geral como Bruckner constatam, e que este último aqui descreve com mestria e acutilante ironia.
Esta é, efectivamente, uma obra a ter em conta e cuja referência num blogue desta natureza não se poderia esgotar num único tópico ou «post». Nos próximos tempos aparecerão por aqui copiosas citações deste autêntico manifesto de revolta contra a cultura da culpa que os pretensos donos da intelectualidade e da moral querem por força colar à Europa.