quarta-feira, janeiro 30, 2013

SOBRE O VINHO NOS ALVORES DO OCIDENTE

Nem só Baco e Dionísio festejavam as virtudes do vinho. Na cultura greco-romana estes deuses estavam ligados ao symposium, à convivência, a separação social - vinho melhor para os ricos e vinho pior para os menos abastados - e suas festas. São duas culturas diferentes a dos Gauleses de origem celta e a dos Romanos. Estes mais evoluídos culturalmente sabiam escrever enquanto os gauleses ainda não, estavam na chamada proto-história, isto é, conviviam com povos que sabiam escrever.
Na cultura celta ou gaulesa o vinho é um estimulante para vencer as dificuldades das batalhas. Para o arqueólogo franco suíço Matthieu Poux o vinho para os gauleses antigos, séculos I e II AC, era associado muito mais a uma esfera colectiva e militar. O vinho agia activamente nas reuniões militares, sacrifícios e na preparação dos guerreiros que partiam ao encontro da morte de forma heróica. "A bebedeira é um elemento estruturante da batalha para os gauleses. Contrariamente aos soldados romanos de infantaria que dissolvem os seus medos com algumas taças de vinho, os guerreiros gauleses se metem-se num estado de possessão beligerante que constantemente fere o seu opositor romano", segundo M. Poux no seu livro Festins Sacrés, ivresse collective et cultes guerriers en Gaule Celtic.
Ora, será exactamente nesta tradição que René Gosciny e Albert Uderzo, autores das famosas aventuras em quadrinhos de Asterix e Obelix se vão apoiar para criar a poção mágica de Panoramix. (...) Por Toutatis não me perguntem qual era o vinho que Panoramix usava. Não poderei afirmar se era romano ou gaulês, mas com certeza chegava em barris e não em ânforas. Estas eram usadas pelos romanos e os barris pelos irredutíveis gauleses que a inventaram. Santé.

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