terça-feira, maio 29, 2012

REALIZOU-SE CONFERÊNCIA DO PNR SOBRE A ÁGUA NO CONTEXTO DA ECOLOGIA

Decorreu no passado Sábado, 26 de Maio, em Torres Vedras, uma conferência do Movimento Verde, subordinada ao tema “Água: um bem garantido! Até quando?”.
Esta foi a terceira de um ciclo sobre o ambiente e energias, temas caros ao PNR, que os encara como essenciais ao desenvolvimento sustentado da Nação, bem como à sua autonomia, economia e identidade cultural, histórica e ambiental.
Esta sessão, com 3 painéis, foi moderada por Hernani Costa, responsável pelo ramo regional do Oeste.
A primeira intervenção ficou a cargo do geólogo Nuno Barreiras, que se debruçou sobre o ciclo da água, a forma como esta se encontra distribuída no planeta e os principais sistemas aquíferos. Abordou também da questão do consumo de água, concretamente em Portugal. A questão da escassez de água potável configura realmente um gravíssimo problema, estimando-se que em 2025, 2,8 mil milhões de pessoas tenham sérias dificuldades no acesso à mesma.
Há que tomar medidas urgentes ao nível dos governos nacionais, no sentido de se reduzir drasticamente consumos, já que o ciclo da natureza não consegue repor os níveis de água ao ritmo a que esta é consumida, quer seja de forma directa, indirecta ou em perdas na distribuição, que no caso de Portugal se estimam em cerca de 25%.
O segundo painel, teve como orador, Sérgio Silva, vogal do SMAS de Torres Vedras, que abordou a política de preços de água. Começou por falar da principal legislação no sector, salientando que o regime de tarifas deve assegurar a recuperação dos investimentos efectuados, bem como a manutenção e renovação de todos os bens e equipamentos afectos ao serviço.
Apresentou-se a estrutura tarifária, salientando as tarifas de apoio social e as tarifas que penalizam o consumo.
Esta questão da disparidade de preços do consumo da água, deveria merecer mais atenção por parte dos programas políticos, já que a venda da água abaixo do preço de custo por parte de algumas autarquias (que implica não pagamentos ao fornecedor), a má gestão, os custos de exploração, os preços “políticos” eleitorais e a existência de inúmeras entidades gestoras no sector levam ao descontrolo e à falta de rigor e transparência na aplicação de preços que, sendo feitos “a olho”, lesam, regra geral, o utilizador-pagador, já para não falar no erário público.
Na intervenção final, Rui Amiguinho, Presidente do Movimento Verde, apresentou a Associação, os seus objectivos e de alguns dos mais importantes eventos já realizados até à data.
Em seguida, o orador fez questão de explicar o que distingue a Movimento Verde das organizações ecológicas tradicionais, referindo que lutam “dentro” do sistema, atacando somente as consequências do problema Ambiental, mas não atacando a sua raiz. Esta, reside no sistema liberal-capitalista vigente, que se alimenta do trio híper-produção, híper-consumo e híper-desperdício, não podendo assim o planeta, de forma sustentada, repor aquilo que o Homem dele extrai e à velocidade a que o faz. O sistema capitalista selvagem é municiado pela globalização, pelo mundialismo e pelo internacionalismo, que fomentam a abertura irracional de fronteiras e a imigração invasora sem controlo, que apenas beneficia as elites capitalistas – já que dispõe assim de pessoas fáceis de explorar, provenientes de países menos desenvolvidos onde não existem as mesmas expectativas e a mesma consciência social que existe na país que os recebe, estando dispostas a trabalhar por menos, provocando uma redução generalizada do valor do trabalho e prejudicando os autóctones.
Estes imigrantes são eles próprios vítimas desse capitalismo selvagem, pois estas pessoas são desenraizadas da sua cultura, da sua comunidade e do seu território. Assim sendo, a questão da Identidade, rejeitada pelos movimentos ecologistas tradicionais, é uma questão fulcral para o Movimento Verde, pois é a perda dessa Identidade e da soberania dos Povos que abre as portas ao maior assassino do Ambiente: o sistema liberal-capitalista.
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