segunda-feira, março 28, 2011

PAGAR A DÍVIDA SOBERANA CRIADA PELAS ELITES?

O parlamento islandês decidiu julgar, num tribunal especial, o ex-primeiro-ministro, que estava em funções quando o país faliu. Segundo a agência «France Press», Geir Haarde será acusado de «negligência» no processo que culminou com o crash... do sistema financeiro do país em Outubro de 2008.
A decisão foi alvo de votação e aprovada por uma curta margem de 33 votos a favor e 30 contra.
Geir Haarde, de 59 anos, tinha chegado ao poder em 2006 e foi reeleito em 2007. Renunciou em Janeiro de 2009, por sofrer de um cancro.
Segundo várias sondagens, a maioria dos islandeses defende que Geir Haarde e vários ex-ministros sejam julgados pelo seu papel na crise que assolou o país, nomeadamente por nacionalizarem «de urgência» os principais bancos do país que tinham falido.
Contudo, a natureza dos acontecimentos em curso na Islândia é espantosa: um povo que corre com a direita do poder sitiando pacificamente o palácio presidencial, uma "esquerda" liberal de substituição igualmente dispensada de "responsabilidades" porque se propunha pôr em prática a mesma política que a direita, um referendo imposto pelo Povo para determinar se se devia reembolsar ou não os bancos capitalistas que, pela sua irresponsabilidade, mergulharam o país na crise, uma vitória de 93% que impôs o não reembolso dos bancos, uma nacionalização dos bancos e, cereja em cima do bolo deste processo a vários títulos "revolucionário": a eleição de uma assembleia constituinte a 27 de Novembro de 2010, incumbida de redigir as novas leis fundamentais que traduzirão doravante a cólera popular contra o capitalismo e as aspirações do povo por outra sociedade. Soberania popular é a doutrina pela qual o Estado é criado e sujeito à vontade das pessoas, que são a fonte de todo o poder político. Está intimamente associada aos filósofos contratualistas, dentre eles Thomas Hobbes, John Locke,Jean-Jacques Rousseau,Voltaire e Barão de Montesquieu.

Tem o seu interesse, a ideia, tem sim, embora precise de ser apurada e publicamente discutida... mas merece, para já, divulgação.

Mais, doutro lugar:

Declaração fundadora do Comité Grego contra a Dívida (CGD)

A questão da dívida pública joga um papel central na ofensiva histórica em curso do capital contra o trabalho, os assalariados, as mulheres, os jovens e contra a sociedade em geral. Efectivamente, é em nome da dívida e do seu pagamento que são “justificados” todos os cortes de salários, de pensões e de subsídios de desemprego. Da mesma forma, é em seu nome que é implementado o desmantelamento da segurança social, o afundamento e a privatização metodicamente programada dos serviços públicos, a explosão dos preços de produtos de consumo de primeira necessidade resultante dos aumentos sucessivos da TVA, os despedimentos em massa, a recusa em assumir realmente o problema climático e ambiental, a extrema flexibilização das condições dos trabalhadores, a desregulamentação do mercado de trabalho que está se transformando em verdadeira selva, a derrogação dos direitos do trabalho, a recusa de direitos e liberdades democráticos mais elementares, indo até colocar em causa a própria democracia parlamentar.

Os responsáveis da crise exercem uma chantagem inusitada sobre as incontáveis vítimas desta crise que são obrigadas a pagar um pesado custo. Esta chantagem visa culpabilizar os povos para que estes aceitem pagar por um crime pelo qual eles não têm nenhuma responsabilidade e que, mais ainda, foi perpetrado exclusivamente contra eles!

Os verdadeiros responsáveis pela explosão da dívida pública são as políticas neoliberais dos governos de direita e de esquerda das última décadas, os quais favoreceram e legalizaram a fraude fiscal dos privilegiados. As receitas do Estado diminuem enormemente devido a estas políticas, os deficits se aprofundam e nutrem uma dívida pública em constante progressão. Esta progressão tomou dimensões assustadoras com a explosão da última crise do capitalismo, a qual é, aliás, o produto directo desta mesma política neoliberal.

No entanto, o grande capital e as classes afortunadas beneficiam duplamente com as políticas governamentais em detrimento do resto da sociedade. Por um lado, a dívida pública que eles próprios provocaram, é, na prática, uma fonte suplementar de enriquecimento fácil: a política fiscal dos governos neoliberais lhes permite investir os seus superlucros no mercado dos famosos “bons d’État” (títulos de dívida pública) e se enriquecerem com taxas de juro escandalosamente elevadas, graças às quais o Estado espera cobrir a sua dívida.

Eis aí, portanto, porque a dívida pública e seu pagamento constituem um mecanismo de transferência de rendimentos “daqueles que estão em baixo” para “aqueles que estão em cima”, ou seja, é um instrumento fundamental da redistribuição drástica de riquezas em favor dos ricos que tornam-se ainda mais ricos, em detrimento dos assalariados e das classes populares.

Este roubo do século deve terminar e nessa perspectiva devemos lutar para construir todos juntos, em unidade e sem exclusivos, uma relação de forças que possa impor à classe dominante e aos seus aliados internacionais o fim destas políticas bárbaras e desumanas.

A constituição do Comité Grego conta a Dívida é o primeiro passo nessa direcção. Se queremos atingir o nosso objectivo comum, outros passos devem ser dados, não somente no nosso país mas também em toda a Europa e no mundo, porque o nosso problema ultrapassa a escala nacional; e, estando confrontados a um inimigo internacional, tão unido e coordenado, só poderemos lhe fazer face se apresentarmos a frente mais ampla possível. O objectivo é, portanto, a constituição de um movimento internacional de massas tendo em vista a colocação em causa e a anulação da dívida, tanto no Sul como no Norte.

É por isto que a colaboração estreita do Comité Grego contra a Dívida com o CADTM (Comité pela anulação da Dívida do Terceiro Mundo) o qual luta há 20 anos para libertar as populações do fardo da dívida que as condena ao subdesenvolvimento e à miséria, marca a sua intenção de contribuir activamente à construção de um movimento radical contra a dívida nos Balcãs e em toda a Europa. Um movimento que lutará contra a dívida no Norte mas que colocará também em primeira linha das suas prioridades a solidariedade activa para com os povos do Terceiro Mundo que estão em luta há décadas contra a dívida no Sul.

A primeira tarefa do Comité será a de combater a propaganda quotidiana que apresenta a dívida como um “fenómeno natural”, uma espécie de tabu que não poderia ser contestado. Pelo contrário, nós pensamos que contestar a dívida constitui o primeiro passo para a libertação da sociedade. Os cidadãos têm o direito, mas também o dever, de desmistificar esta dívida, de passá-la pelo scanner para saber exactamente donde ela provém, aquilo que ela financiou, quem a contraíu e quem dela beneficia. Ou seja, trata-se de determinar os responsáveis do endividamento e forçá-los a assumir os custos.

A realização de tal auditoria pelos cidadãos mobilizados deve contribuir para a mobilização popular afim de obter a anulação de uma dívida amplamente ilegítima, odiosa e escandalosa.

Em colaboração estreita com o CADTM, o Comité Grego contra a Dívida pretende contribuir activamente, em conjunto com outros movimentos sociais, para a criação de um movimento de massa no interior e no exterior do nosso país, movimento este que terá como palavra de ordem: “Nós não pagaremos a vossa crise”. Ele lutará com todas as suas forças contra a dívida e as causas da crise actual.

11 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A revolução que está a passar despercebida nos media internacionais

Vejam este tópico no Forum à Rasca.

28 de março de 2011 às 16:04:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Itália admite repatriações forçadas de imigrantes da Tunísia
Milhares de imigrantes do norte de África têm chegado a Itália nos últimos dias. Governo de Silvio Berlusconi admite fazer repatriações forçadas.

Somalis e eritreus não podem ser repatriados

"Os somalis e os eritreus não podem ser repatriados porque fogem da guerra e têm direito à proteção internacional (...) Prestaremos assistência e renovaremos à Europa a petição para ativar a distribuição entre os diferentes estados membros. Mas isto não pode valer para os tunisinos", sublinhou Maroni.

Sobre a crise na Líbia e a estratégia a seguir para definir uma solução para o conflito, Maroni apoiou a proposta de Frattini, que nos últimos dias defendeu a necessidade de envolver as diferentes tribos do país nas negociações.

http://aeiou.expresso.pt/italia-admite-repatriacoes-forcadas-de-imigrantes-da-tunisia=f640476

28 de março de 2011 às 17:50:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

essa meia duzia só serve pra foder o país junto com a merda alien simian que infiltra com pretextos politicamente correctos..

28 de março de 2011 às 17:55:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Pois é Caturo, tanta hostilidade declarada contra o campo económico, chamemos-lhes assim, mas até no expoente da informação económica se revelam Portugueses Dignos e que se indigam contra ameaças á nossa Soberania e á Integridade Nacional, ao contrário de certos e determinados reles traidores bacocos e mentes estreitas que por se pavoneiam em arautos da visão estratégica para Portugal.
Penso que não só não devemos ostracizar estes Portugueses, mas fazer um esforço para chegar até eles, porque naquilo que realmente interessam, estão do nosso lado, podemos ter uma ou outra divergência, mas na sobrevivência de Portugal estamos em perfeita sintonia.

O artigo está seguido de dezenas de comentários críticos, alguns deles também irónicos, sugerindo que o Reino Unido, pátria do «Financial Times» seja também anexado a antigas colónias, como os Estados Unidos, África do Sul ou mesmo à Índia, outra economia emergente e com elevadas taxas de crescimento nos anos mais recentes.

O «Financial Times» é acusado de preconceito contra Portugal, de atentar contra a unidade na Europa e até de mau jornalismo. Há mesmo quem ameace suspender a subscrição da coluna «Lex», que é paga.
http://www.agenciafinanceira.iol.pt/economia/financial-times-ft-portugal-brasil-polemica-agencia-financeira/1242706-1730.html

28 de março de 2011 às 20:11:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

28 de Março de 2011 17h50min00s WEST

eles barram o lixo menor e deixam lixo ainda pior ficar..grande merda..lol!os residuos destruiram os neuronios da sicilianada..

28 de março de 2011 às 20:24:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

*infiltram

28 de março de 2011 às 20:25:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

África do Sul

infiltrar essa merda nos BRICs faz menos sentido do que aceitar tailandia, mexico e java, com muito mais potencial após o lixo de 94 que fez essa merda decair ao patamar pre-boer ou mesmo pior, pois só atrai lixo migrante do congo/rodhesia/cia..

28 de março de 2011 às 21:51:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Anónimo disse...
Itália admite repatriações forçadas de imigrantes da Tunísia
Milhares de imigrantes do norte de África têm chegado a Itália nos últimos dias. Governo de Silvio Berlusconi admite fazer repatriações forçadas.

Somalis e eritreus não podem ser repatriados

"Os somalis e os eritreus não podem ser repatriados porque fogem da guerra e têm direito à proteção internacional (...) Prestaremos assistência e renovaremos à Europa a petição para ativar a distribuição entre os diferentes estados membros. Mas isto não pode valer para os tunisinos", sublinhou Maroni.

Sobre a crise na Líbia e a estratégia a seguir para definir uma solução para o conflito, Maroni apoiou a proposta de Frattini, que nos últimos dias defendeu a necessidade de envolver as diferentes tribos do país nas negociações.

http://aeiou.expresso.pt/italia-admite-repatriacoes-forcadas-de-imigrantes-da-tunisia=f640476

28 de Março de 2011 17h50min00s WEST



deportação de todos!

28 de março de 2011 às 22:06:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

deportação de todos!

28 de Março de 2011 22h06min00s WEST

pois..deixam a merda menos pior sair e a merda pior ficar..eta incoerencia..

28 de março de 2011 às 23:58:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Os somalis e os eritreus não podem ser repatriados porque fogem da guerra e têm direito à proteção internacional (...) Prestaremos assistência e renovaremos à Europa a petição para ativar a distribuição entre os diferentes estados membros. Mas isto não pode valer para os tunisinos", sublinhou Maroni.
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ora,como não? mande os embora e pronto ,fim de conversa!
no mais porque atrevessaram parte da africa para vim ate a europa,porque nã migraram para outros paises do norte da africa?

30 de março de 2011 às 19:27:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

ITALIA:liga do norte da asilo a 50 mil ilegais
Na sequência de uma reunião convocada terça-feira em Roma, o ministro do Interior, Roberto Maroni da liga do norte, anunciou um acordo de várias regiões da Itália e das províncias para acomodar até 50 mil imigrantes .
"O plano de hospedagem está sendo finalizado e será apresentado nos próximos dias. Na distribuição dos imigrantes, vamos considerar o número de habitantes em cada região ".
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Maroni também anunciou quarta-feira que iria viajar para Tunisia para "chegar a um acordo com as autoridades desse país sobre as iniciativas que podem interromper o fluxo de imigrantes para Lampedusa .
"Os recém-chegados são todos os homens jovens, . É necessário que a UE esteja envolvida, a Tunísia é um país amigo e eu sou otimista sobre as chances de resolver o problema", disse ele.
http://www.rtlinfo.be/info/monde/europe/784406/debarquements-a-lampedusa-pres-de-6-000-clandestins-entasses-sur-l-ile

30 de março de 2011 às 19:30:00 WEST  

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