sexta-feira, fevereiro 20, 2009

HOMENAGEM NA NORUEGA A ESCRITOR NACIONAL-SOCIALISTA

A Noruega começa a não ter receio de celebrar postumamente o aniversário do prémio Nobel da literatura Knut Hamsun, famoso escritor que depois da II Guerra Mundial foi marginalizado devido às suas simpatias pelo regime Nacional-Socialista alemão.
Começaram pois ontem as celebrações do centésimo quinquagésimo aniversário do nascimento do dito autor, evento que há muito não se realizava.

O coordenador das cerimónias considera que «é compreensível que algumas pessoas, especialmente as da geração que viveu no tempo da guerra, reajam negativamente, mas o que estamos a celebrar é o trabalho literário do autor, não as suas ideias políticas», evidenciando assim uma lucidez rara nos dias que correm, em que o totalitarismo anti-racista tudo invade e corrompe, pretendendo-se, como todos os totalitarismos, omnipresente.

Knut Hamsun ganhou o prémio Nobel da literatura em 1920, com o seu «Os Frutos da Terra». A respeito da obra, pode ler-se aqui o seguinte: o protagonista é Isak, que vive próximo dos elementos. É um idílio no estilo da poesia pastoral, agitado por um vento vigoroso de lirismo. Tudo parece fácil demais para Isak, o romance não dá qualquer imagem realista do desgaste que o homem vai sofrendo ao longo do tempo, a sua imagem é idealizada, embelezada. Embora os sentimentos de Hamsun pela natureza não fossem meramente uma versão Norueguesa do Blut und Boden teutónico, as suas ideias foram bem recebidas na Alemanha, onde tinha uma grande quantidade de leitores.

A sua trajectória a partir daqui tem particular interesse:
No período entre as guerras Hamsun virou recluso. No início da década de 1930, escreveu Andstrykare (1930), August (1930) e Men Livet Lever (1933). Individualismo e antipatia pela cultura ocidental moderna levaram-no a apoiar a Alemanha durante a ocupação da Noruega por esta na Segunda Guerra. Hamsun não desenvolveu esta atitude da noite para o dia - ele simpatizava com os Alemães porque na Primeira Guerra a opinião pública da Noruega dava apoio à França e à Grã-Bretanha.
Hamsun nunca se filiou no partido nacional-socialista norueguês, mas escreveu vários artigos pró-fascistas. Quando encontrou Adolf Hitler e Josef Goebbels em 1943, deu a Goebbels a medalha que recebeu por ocasião do Prémio Nobel como prova de estima. Esses encontros inspiraram histórias, nas quais se diz que Hamsun salvava judeus dos nazis. Entretanto, o jornalista e escritor Arne Tumyr indica, na sua biografia do autor, que essas histórias não eram verdade, e que o máximo que Hamsun conseguiu foi enfurecer Hitler com suas queixas sobre a conduta das tropas alemãs na Noruega.
Depois da guerra, Hamsun ficou preso por algum tempo e sua mulher foi presa e condenada a três anos de trabalho forçado. Em 1945 Hamsun foi transferido para uma clínica psiquiátrica em Oslo. De lá mudou-se para um lar para pessoas idosas em Landvik. Marie foi interrogada e quando ela revelou detalhes íntimos de seu casamento, Hamsun se negou a vê-la por quatro anos.
Em 1947 Hamsun foi julgado e penalizado pelas suas opiniões políticas. Ignorando o conselho do advogado, ele negou-se a fingir senilidade e mostrou pouco remorso. Sobre a morte de Hitler ele escreveu: "Ele era um guerreiro, um guerreiro pela humanidade e um profeta da verdade e da justiça para todas as nações." Não é a toa que seus livros não vendiam muito nessa época.
De acordo com Harald S. Naess, editor do livro com as correspondências de Hamsun, o autor pretendia divorciar-se da sua mulher. Hamsun lançou em 1949 (tinha então 90 anos) um livro sobre as suas opções políticas e o seu ponto de vista em relação ao seu julgamento. O livro vendeu como água, mostrando que seus talentos ainda estavam intactos. Hamsun morreu em Nørholm, no dia 19 de fevereiro de 1952.


O seu a seu dono - honra aos que com coragem mantiveram a sua defesa - na sua perspectiva - da Europa, mesmo que o sistema lhe aplique o mesmo tratamento totalitário que também no leste comunista fazia carreira, o de enfiar os dissidentes em hospitais psiquiátricos.

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

menos um porco nazi

20 de fevereiro de 2009 às 21:04:00 WET  
Blogger Caturo said...

Isso, esperneia meu filho da puta, enquanto os nazis vão sendo menos demonizados...

21 de fevereiro de 2009 às 16:43:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

OS NACIONAL-SOCIALISTAS ERAM TÃO HUMANOS QUANTO NÓS; ESTA CAMPANHA DE DEMONIZAÇÃO É MUITO COVARDE, MAS A VERDADE SEMPRE ACABA VINDO A TONA; MAIS DIA, MENOS DIA!!

22 de fevereiro de 2009 às 07:10:00 WET  

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