terça-feira, outubro 28, 2008

OS MONOTEÍSMOS CONTRA A VERDADEIRA DIVERSIDADE

É já um lugar-comum que a actual sociedade ocidental tem de ser tolerante e amante da diversidade, motivo pelo qual tem de haver espaço para todas as raças e credos e tal. E todas as religiões são iguais, evidentemente, nenhuma é inferior a nenhuma outra...

À luz destes valores, não é admissível que uma religião tenha privilégios sobre quaisquer outras. Foi aliás por isso que no início de 2006 o comissário dos direitos humanos da União Europeia Alvaro Gil-Roble criticou o plano de relançar o Cristianismo como matéria de estudo escolar nas escolas elementares dinamarquesas. Disse ele que isso era contra aquilo a que chamou «os valores europeus», e explicou porquê: «A Religião como matéria escolar deve ser um curso geral que tenta dar aos estudantes uma perspectiva sobre as três religiões monoteístas».

Alto... porquê as três religiões monoteístas e não todas as religiões do mundo, ou, pelo menos, as ditas «maiores» (com tudo o que isso tem de arrogância espiritual-intelectual, mas enfim)?

Ou se privilegia uma religião por ela ser parte do património histórico de um Povo, e, nesse caso, não há razão absolutamente nenhuma para não privilegiar o Cristianismo em relação ao Islão nas escolas europeias - e eu de maneira nenhuma considero o Cristianismo como uma religião europeia, mas isso é outra história - ou então todas as religiões têm de estar em igualdade de circunstâncias, tenham por centro Roma, o Tibete ou uma aldeia da Austrália aborrígene.

Mas não é isso que Gil-Robles e sus muchachos querem... não, o que querem é mesmo arranjar maneira de dar ao Islão um estatuto de igualdade na Europa relativamente ao Cristianismo.

Não admira pois que a União Europeia só esteja interessada em promover o Islão no contexto escolar europeu. A linda diversidade é máscara que só serve até ao ponto de promover o Islão - a partir daí pode ser mandada às urtigas, já cumpriu a sua missão. Por isso é que Gil-Robles quer que as escolas formem as crianças no conhecimento «geral» do Cristianismo, do Judaísmo e do Islão, mas nem sequer se lembra de incluir o Hinduísmo, o Budismo ou o Xintoísmo. Hindus, indianos, Japoneses, também são «o outro», mas nenhum deles é «o outro por excelência» com quem a politicagem correcta europeia quer celebrar matrimónio, ou seja, o Islão.
E, ou muito me engano, ou outra força concorre para isso, em mais de um nível: a beataria que circula nos níveis intelectuais europeus, que, por formação judaico-cristã, está habituada a considerar que «as três religiões do livro» são seguramente superiores a todas as outras, e os cristãos desta linha de pensamento até gostam muito de considerar os muçulmanos como uma espécie de «irmãos mais novos».
Curiosamente, observa-se aqui, mais uma vez, como o monoteísmo é inimigo da diversidade, que é muito mais o espelho do politeísmo.
É por estas, e por muitas outras, que a Europa, para ser verdadeira e integralmente europeia, tem de se distanciar, não apenas do Islão, mas também do Cristianismo e de toda a mentalidade judaico-cristã por atacado.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A escola é secular. Ponto final.

28 de outubro de 2008 às 21:15:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

A escola deve manter-se secular.

28 de outubro de 2008 às 21:20:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

«Disse ele que isso era contra aquilo a que chamou «os valores europeus», e explicou porquê: «A Religião como matéria escolar deve ser um curso geral que tenta dar aos estudantes uma perspectiva sobre as três religiões monoteístas».»


Valores Europeus? Que valores Europeus são os de uma religião que promove o apartheid entre pessoas, o apedrejamento de adulteros, o corte de membros a ladrões, o péssimo trato de infieis, a pena de morte a apostatas e homosexuais, o casamento entre crianças e velhos porcos, a animalização das mulheres, o pagamento de um imposto por parte dos infies só por serem infieis...?

28 de outubro de 2008 às 21:34:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

que não são infieis, simplesmente têm crenças diferentes.. isso não é ser infiel, é ter personalidade e valores, principalmente quando não se é muçulmano...

29 de outubro de 2008 às 08:49:00 WET  

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