sexta-feira, novembro 30, 2007

ABAIXO A VIOLÊNCIA CONTRA A MULH... OPS, CONTRA A FAMÍLIA...

O Irão é realmente muito menos mau do que os Ianques o pintam... veja-se bem, agora até celebram o Dia Internacional Para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres!...

Celebram sim!

Mas... de que maneira?...

A agência noticiosa reformista Norouz deu a conhecer que a palavra «mulheres» tem aí de ser substituída por «Família»... a televisão estatal iraniana irá pois falar de Dia Internacional Para a Eliminação da Violência Contra a Família.

Entretanto, sucedeu que há umas semanas o Centro Iraniano para a Participação das Mulheres alterou o seu nome para Centro dos Assuntos Familiares.

Ou seja, a palavra «mulheres» incomoda as autoridades iranianas... até porque a ideia de combater a violência contra as mulheres não há-de ter assim muitos amigos num país onde a religião oficialmente dominante manda o marido dar uns tabefezitos à esposa se esta «se portar mal», isto é, se lhe desobedecer.

«Parece» que ninguém no Ocidente reparou nisto... nenhuma feminista militante, ou «opinion maker» politicamente correcto manda pio sobre isto... enfim, o Ahmadinejad é um gajo porreiro, faz frente ao malandro do Bush!!!...

Não quer isto dizer que as mulheres sejam sempre desprezadas no Médio Oriente... por exemplo, no tempo de Saddam Hussein (laico, não muçulmano...), havia filmes de propaganda iraquiana em que mulheres com treino militar matavam cães com as suas próprias mãos só para mostrar como eram duras...

1 Comments:

Blogger Treasureseeker said...

Entrevista a Abdul Mangá
Presidente do Centro Cultural Islâmico do Porto

Há quatro anos, Abdul Mangá assumiu a presidência do Centro Cultural Islâmico do Porto. Um local de culto para os cerca de 4 mil muçulmanos residentes na cidade. Ajudar na integração é outra das tarefas da instituição, instalada na Rua do Heroísmo.




Quando e como é que surgiu o Centro Islâmico do Porto?

Formalmente, o centro foi constituído em Janeiro de 1999. Mas, na prática já existia muito antes, há 20 anos, quando quatro residentes muçulmanos se encontravam para fazerem as suas orações. O número de muçulmanos foi crescendo gradualmente. Entretanto, surgiu a necessidade de legalizarmos um centro cultural, uma associação religiosa.

Quantos muçulmanos frequentam o centro?

Neste momento, no Grande Porto residem cerca de 4 mil muçulmanos. A maioria deles frequenta o centro, mas depende, às vezes, do trabalho e do local de residência. No grande dia de orações, que é a sexta-feira, nas festas grandes e no mês do Ramadão, costumo ver muita gente na mesquita.

Faça um perfil dos muçulmanos residentes do Porto.

É uma miscelânea muito grande. A maior concentração é dos irmãos da Guiné-Bissau, depois do Senegal e dos restantes países africanos. Surgem ainda os muçulmanos do Bangladesh, do Paquistão e os irmãos árabes. É uma grande mistura de pessoas que se encontram no Porto. Temos desde economistas, bancários até a operários da construção.

Quais são os objectivos primordiais do centro islâmico?

É uma associação de carácter religioso, com a finalidade de praticar o culto religioso. Depois, como em qualquer associação, surge a vertente da ajuda mútua. Quem tem dificuldades financeiras pode recorrer ao centro e pedir aconselhamento. Fazemos reuniões, promovemos encontros de casais e realizamos casamentos. Basicamente é ao culto que nos dedicamos, já que temos uma mesquita. Aliás, o culto é a principal motivação da concentração dos muçulmanos.

Tratamos ainda das questões relacionadas com o funeral, que se processa de maneira diferente das outras religiões.

Extra culto, o centro trata dos problemas sociais que possam surgir, porque as pessoas estão deslocadas da sua terra, muitos nem sequer falam correctamente o português.

Damos aulas de português e encaminhamos ainda as pessoas para a Associação Humanista que nos ajuda nesta matéria.

Como é que tem sido a integração da comunidade no Porto?

A integração é sempre difícil, como qualquer imigrante que se desloca para um país estranho. Por isso, o centro funciona como um factor de ajuda à integração. As pessoas sentem-se, perfeitamente, integradas e os próprios vizinhos já estão habituados. Não fazemos barulho, pois o nosso culto é silencioso. Oramos a Deus, não cantamos nem elevamos as nossas vozes. De uma maneira geral, as pessoas estão, mais ou menos, integradas, apesar dos graves problemas do desemprego.

Como é que convivem com uma cultura tão diferente da vossa?

Qualquer pessoa que se desloque do seu país para outro, sabe que vai encontrar uma cultura completamente diferente.

Na primeira fase, há sempre um choque porque é tudo diferente. Mas, as pessoas têm que se adaptar. Costumo dizer que quando vamos para um país, temos que trabalhar, como forma de agradecimento, para o país que nos acolhe.

É difícil a integração, principalmente, porque muitos deles vêm sem a família. Chegam sozinhos para conseguirem emprego, casa e reunir as condições necessárias para receber a família. O centro serve também para fazer uma certa companhia.

É difícil para os jovens seguirem a tradição muçulmana, numa sociedade tão diferente?

Não é difícil ser muçulmano num país católico, porque ser muçulmano é acreditar em Deus e praticar boas acções. Um jovem pode andar na escola e pode conviver com os seus colegas, sem problemas de ordem religiosa e cultural.

Estou perfeitamente integrado no meu país de acolhimento. Tenho amigos portugueses de várias cores e religiões. É difícil nos primeiros momentos.

Entre a juventude, as coisas tornam-se mais fáceis, pois conseguem fazer amizades mais facilmente. Falam das mesmas coisas, têm o mesmo clube de futebol e os mesmos passatempos. Isto, sem esquecer a religião.

1 de dezembro de 2007 às 08:57:00 WET  

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