sexta-feira, agosto 24, 2007

MAIS UM PONTO DE VISTA CRISTÃO SOBRE O RENASCIMENTO DO PAGANISMO OCIDENTAL



Ora aqui fica outro artigo (texto a itálico; o negrito e o colorido são da minha responsabilidade) cristão sobre o ressurgir do culto aos antigos Deuses do Ocidente, desta feita dizendo respeito especificamente ao profícuo contexto russo.

Mais uma vez, observa-se em quem escreve um paternalismo de quem parte do princípio ser detentor da única verdade, considerando por isso que os cultos dos antigos Europeus não passam de desvios da «verdadeira espiritualidade», como se o caminho natural da Europa fosse seguir os ensinamentos de um judeu que morreu longe e deixar de honrar as Deidades da sua própria herança étnica.

Para facilitar este trabalho de «subtil» depreciação, o autor generaliza grosseiramente e tenta julgar o todo pela parte, particularmente na passagem em que quer talvez convencer o leitor de que os Deuses eslavos não interessam nem sequer aos Seus actuais adoradores, os quais, segundo o autor, inventam livremente as suas Divindades...

É entretanto muito pouco frequente que os actuais pagãos restauradores (não me refiro nem aos wiccans nem aos «new-agers» e afins) resolvam inventar rituais sem consideração pelas fontes históricas.

Por fim, o cronista cristão resolve fazer prognósticos sobre a (por si) esperada queda do neopaganismo no esquecimento, sem no entanto apontar os motivos que o levam a fazer tal previsão. Mas, alvíssaras, toma no entanto consciência de que o culto das Divindades ancestrais pode fortalecer as identidades nacionais do leste.




Também em Moscovo, como em tantas outras cidades da Rússia, segundo refere a jornalista Jana Amelina, aparecem grupos de neopagãos. O que representa este renascimento do Paganismo que era considerado morto, não é fácil de dizer. Uma corrente religiosa? Um movimento sóciopolítico? Simples retorno de um folclore antigo? Clube de fundo económico? Nostalgia do «verde»? Agrupamentos de desviados? Hoje é possível encontrar de tudo entre os neopagãos - de tudo e do seu contrário.


Anton Prokof'ev, autor do livro «O Paganismo Eslavo», considera que as raízes do Neopaganismo se devem encontrar no enfraquecimento da ideologia soviética dos anos setenta e na débil posição da Igreja Ortodoxa desse tempo. Outras fontes podem ser a reacção ao sufoco da pessoa na sociedade tecnológica, a condenação da civilização moderna e o desejo de retornar a uma vida mais em contacto com a Natureza.

A ala política do Neopaganismo distingue-se desde o início pelo seu radicalismo. Em Dezembro de 1989, realizou-se em Moscovo a primeira assembleia da comunidade dos desbaptizados que nessa ocasião substituíram os seus nomes de baptismo por nomes de origem pré-cristã. Por exemplo, Tatiana passou a Lada, Aleksei passou a Zveropolk. Entre os novos baptizados segundo o rito pagão encontrava-se o notório dissidente mago Dobroslav.

Nos últimos anos, o Neopaganismo tornou-se presente em todas as cidades de província. A consistência numérica dos grupos é todavia assaz modesta, não supera muito a dezena de adeptos. Segundo a ideologia da nova «crença», o Neopaganismo não é uma fé, mas sim uma não-fé que tem os seus próprios Deuses, mas representa mais do que qualquer outra as forças da Natureza. Assim, as festas estão em sintonia com os ciclos das estações. Não existem proibições nem regras precisas e nem sequer há ritos obrigatórios. Toda a gente, de acordo com o seu gosto, é livre de inventar a expressão da sua própria não-fé. A maior parte dos neopagãos não têm conhecimento do Panteão dos Deuses pré-cristãos, mas isto não é problema, todas as comunidades criam os seus próprios Deuses de acordo com a sua fantasia. Teoricamente, os neopagãos professam o ecumenismo; na prática, porém, não são contrários a queimar Bíblias em público. Entre os neopagãos, encontram-se desde intelectuais a pessoas simples que vestem a camisola da tradição local e passam os fins de semana nos bosques, cantando, bailando, e, naturalmente, bebendo alegre e abundantemente.

Os livros sobre Neopaganismo estão a obter um sucesso inesperado, em particular o texto de Marija Semenova, «Volkodar» (Cão Lobo), um best-seller que exalta entusiasticamente as representações místicas da «religião sem fé». Os romances de Nik Perumov, seguidor do «Paganismo técnico», são roubados nas livrarias.

É difícil prever o futuro do neopaganismo russo. Nos últimos anos, muitas religiões de fundo nacional têm florescido inesperadamente, têm gozado de breve fortuna e inesperadamente desaparecem, contribuindo todavia para aumentar a frente do secularismo. Tudo faz pensar que a mesma sorte deve também tocar o Neopaganismo, se se excluir o Neopaganismo político de algumas repúblicas autónomas do interior da Rússia onde a religião dos ancestrais pode servir para consolidar a especificidade nacional em contraposição à civilização cristã russa importada pelos «invasores» de uma certa época.
Em qualquer caso, o fenómeno do Neopaganismo é a seu modo uma nova evidência da inalienável necessidade do homem de encontrar na vida um sentido religioso ou pseudoreligioso e é ao mesmo tempo uma constatação de que a proposta cristã não tem estado em posição de ir ao encontro desta necessidade da maneira adequada. Não se trata de culpar quem quer que seja (desculpas e atenuantes se não podem encontrar uma vontade(?)*), mas simplesmente de reconhecer que hoje na Rússia o problema da evangelização é o problema fundamental para todos os cristãos, para os cristãos interessados na anunciação ecuménica de Cristo.

_____

* - Difícil tradução.

24 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Depois da conversão dos Russos pelos missionários de Constantinopla,houve uma série de divindades que foram,como posso dizer,"reformadas" pelo povo da Rússia,como por exemplo,o deus Veles,que passou para S.Brás.
Houve também alguns costumes que sobreviveram,nos campos,mudando de nome e de forma,mas agora não me recordo.

24 de agosto de 2007 às 23:44:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Difícil tradução? Isso com o PNR é para acabar na hora!

25 de agosto de 2007 às 11:00:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Oh Caturo, acabei de ouvir nas noticias que um grupo de 50 neo-nazis alemães perseguiu e agrediu 8 indianos.
Cada vez percebo menos, mas então os indianos não são arianos?
Eh pá tens de lá ir fazer umas acções de formação sobre história e genética.

25 de agosto de 2007 às 14:44:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

o petiz agora já tem o cuidado de frisar: "dificil tradução".
lol lol lol

25 de agosto de 2007 às 15:27:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Oh caturo pq é que tiraram o link da juventude nacionalista do sitio do pnr na net?

25 de agosto de 2007 às 16:25:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Pq tudo em que os zigalhos tocarem transforma se em MERDA.

25 de agosto de 2007 às 16:27:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Oh Caturo, acabei de ouvir nas noticias que um grupo de 50 neo-nazis alemães perseguiu e agrediu 8 indianos."

Os neo-nazis atacam tudo o que não é alemão, incluindo imigrantes brancos.

25 de agosto de 2007 às 18:14:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

ó cambada! segundo os teóricos de alfarrabistas de inspiração germânica:há indianos e indianos, tudo depende do saldo da conta bancária, para fazer parte da familia ariana.

25 de agosto de 2007 às 18:19:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

"Eh pá tens de lá ir fazer umas acções de formação sobre história e genética."

Udo Voigt do PND parece um monhé... :)

25 de agosto de 2007 às 18:20:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Uma notícia sobre a escumalha neo-nazi que gosta insultar os seus camaradas europeus de leste.

25 de agosto de 2007 às 18:23:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Irmãos Nacioalistas!

Não está tudo perdido.
Agora temos as Cruzadas dos Milagres que vai resolver todos os nossos problemas.
Venham todos, a entrada é livre (só lhes sacam a massa lá dentro)

http://www.igrejamana.com/eventos/cruzadas_jt/index.html

25 de agosto de 2007 às 18:41:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Uma notícia sobre a escumalha neo-nazi que gosta insultar os seus camaradas europeus de leste.

que cambada de idiotas bêbedos. e é iso o que dizem ser a elite. com elites destas eu quero é ser ralé.

26 de agosto de 2007 às 03:58:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

http://novasgeracoes.forumotion.com/index.htm

PARTICIPE NO NOVO RUMO DO PND

FORUM NOVAS GERAÇÕES

26 de agosto de 2007 às 09:56:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Mulheres do movimento- cambada de putas

Só estás a dizer isso porque estás ressabiado: como não deixámos entrar para o partido a esquizofrénica da tua mãe, achas que o mal é das outras militantes...

PS - A esquizofrenia é uma doença hereditária. Para bom entendedor...

26 de agosto de 2007 às 12:38:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Vê a fotografia ampliada, mas antes compra uns óculos.

26 de agosto de 2007 às 12:39:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

parece um huno!
eis a prova mais que evidente que o NPD se tornou teutónicamente minho-timorense

FDX!!!! têm a certeza que o "sardoal" é o Dr: José Castro?
é que o sujeito como cidadão é mesmo bronco. quanto mais como advogado...(se for verdade)

26 de agosto de 2007 às 15:32:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Cada vez percebo menos, mas então os indianos não são arianos?

São. Mas há saloiada que não percebe isso.

27 de agosto de 2007 às 12:24:00 WEST  
Blogger Caturo said...

o petiz agora já tem o cuidado de frisar: "dificil tradução"

Eu já sabia, mas é que sabia mesmo, que a(s) criançola(s) raivosa(s) e impotente(s) se iam fixar nisso e esquecer por completo o resto.

27 de agosto de 2007 às 12:37:00 WEST  
Blogger Caturo said...

ó cambada! segundo os teóricos de alfarrabistas de inspiração germânica:há indianos e indianos, tudo depende do saldo da conta bancária,

Boa lógica, sim senhor. Os NS passam a vida a atacar os Judeus ricos, e os capitalistas em geral, vai daí é lógico que dêem mais valor a quem tem mais dinheiro, pois é, boa lógica de facto, é assim mesmo que se critica os nazis, o «argumento» do «ah-tratam-nos-assim-porque-eles-são-pobres» resulta às mil maravilhas quando aplicado aos Nacionalistas... :)

27 de agosto de 2007 às 12:39:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Udo Voigt do PND parece um monhé... :)

Ou os «monhés» é que parecem o Udo Voigt?

27 de agosto de 2007 às 12:40:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Houve também alguns costumes que sobreviveram

Também já li isso, e o mesmo sucedeu noutros pontos da Europa, daí que o reconstrucionismo pagão se baseie em boa parte no folclore nacional de cada país para restaurar ou reconstruir rituais.

27 de agosto de 2007 às 12:44:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Caro Caturo,uma vez que se fala aqui de identidade Europeia,no caso Indo-Europeia,tenho uma história curiosa que me trouxe uma dúvida.
Há alguns anos atrás,fui a Inglaterra,a convite de um antigo colega de escola que foi viver para lá.Estive em Birmingham,na região conhecida como Midlands,no Oeste.A miha dúvida tem a ver com o seguinte:Eu sei que o povo Inglês é essencialmente de origem Anglo-Saxónica,mas ouvi dizer que ainda existem pessoas descendentes dos Celtas,ou Bretões,no Sul de Inglaterra.Realmente,vi alguns indivíduos morenos,de baixa estatura,e que não tinham aspecto muito nórdico.Eram mesmo Ingleses nativos,mas a aparência deles lembrava-me mais os Mediterrânicos,embora um bocado diferentes.Serão essas gentes os descendentes dos Celtas de Inglaterra?Eu pensava que os invasores Anglo-Saxões tivessem exterminado os Bretões quando invadiram a Grã-Bretanha.
A propósito,no livro "As Brumas de Avalon",existem referências a um povo mais antigo que os Celtas.Poderia dar-me uma achega a respeito deste tema?Sempre pensei que os Celtas fossem loiros ou ruivos,talvez por causa do "Astérix"...

Saudações,estimado Caturo.

27 de agosto de 2007 às 19:13:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Caro camarada, há uma zona no extremo ocidente da Grã-Bretanha que, conquanto costume ser englobada na Inglaterra, pertence todavia a outra nação: a Cornualha.

A Cornualha é uma das seis nações célticas e a sua língua é quase igual à de Gales e da Bretanha do noroeste de França.

Tenho lido, aqui e ali, inclusivamente neste blogue (dito pelo Suevo e pelo Oestreminis) que as regiões mais célticas das ilhas britânicas são as que têm população mais morena.
Em romances históricos sobre a gesta arturiana, dois autores distintos e, aparentemente, bons pesquisadores da matéria arturiana e britânica (Nikolai Tolstoi e Bernard Cornwell, dos quais já aqui falei) fazem notar, constantemente, o contraste étnico, e até físico, entre os Britões (Celtas) e os invasores Anglos e Saxões (Germanos): os primeiros eram tendencialmente morenos, enquanto os segundos eram loiros e tinham olhos azuis.

Houve já imensa polémica sobre o real tipo físico dos Celtas - tradicionalmente, considerava-se que era nórdico, mas no século XIX, por exemplo, o antropólogo Broca afirmou que os Celtas eram na verdade morenos e atarracados.

Quanto à existência de um povo pré-céltico na Grã-Bretanha, parece tratar-se de um facto histórico; não se sabe é que povo seria esse, ou povos talvez, e até que ponto é que influenciaram, ou não, os migrantes Celtas.

Há, de qualquer modo, uma clara diferença genética entre os Ingleses, por um lado, e os seus vizinhos celtas, por outro, os quais estão especialmente próximos dos Portugueses, dos Galegos, dos Asturianos, visto que, aparentemente, as populações arcaicas das ilhas britânicas, pré-celtas, celtas ou proto-celtas, partiram da Península Ibérica.

Saudações Gentias

27 de agosto de 2007 às 20:05:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Obrigado pelo esclarecimento.

27 de agosto de 2007 às 20:53:00 WEST  

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