terça-feira, agosto 28, 2007

ESCRITORA AMEAÇADA POR MUÇULMANOS NA ÍNDIA

Trago-vos, leitores, mais um caso que, miraculosa e «inacreditavelmente», escapa ao aturado escrutínio dos mé(r)dia ocidentais, coisa no mínimo «estranha» de constatar quando se vive numa sociedade «da informação», onde, alegadamente, se sabe «tudo» o que se passa em todo o mundo...

E a «estranheza» acentua-se quando o que está em causa é a liberdade de expressão e a ameaça de morte contra uma escritora que denuncia a opressão sofrida pelas mulheres.

Mas como será possível que uma notícia destas seja completamente ignorada pela comunicação sucial europeia e norte-americana, geralmente dominada por grandes jornalistas «de causas», que se gostam de mostrar os seus dentes e garras justiceiras quando se trata de bater nas demonstrações de força bushista, por exemplo?...

Como será possível uma coisa destas?

A resposta é simples - é que a escritora, Taslima Nasrin, denuncia a opressão... islâmica...

«Opressão islâmica»? Como assim????!!!!!!
Então não está já mais que provado que os muçulmanos são e sempre foram do mais tolerante que pode haver, na Ibéria, nas Balcãs, no Império Otomano, ah pois foram, e só reagiram violentamente contra os Ocidentais por causa das Cruzadas e da guerra sionista na Palestina e do Bush e tal????!!!!!!!!

Conclusão: Taslima Nasrin não existe na imprensa ocidental e acabou-se a conversa...
Com Ayan Hirsi Ali, já são duas as defensoras dos direitos das mulheres que denunciam o Islão e são completamente ignoradas, pelo menos no que à comunicação sucial tuga diz respeito...

Taslima Nasrin é uma escritora do Bangladesh que teve de fugir deste país ao ser vítima duma fatwa governamental por ter escrito livros nos quais se criticava o Islão, nomeadamente no que se referia à situação degradante da mulher nas sociedades muçulmanas.
Refugiou-se na Suécia, na Alemanha nos EUA e em França durante alguns anos, tendo depois ido para a Índia em 2002, ficando deste modo mais próxima da sua terra natal.
Na Índia, tem editado obras que dão a conhecer o tratamento aviltante que vitima os hindus no Bangladesh, bem como a violação das mulheres que é frequente nas vivências mafométicas.
Ora em Hyderabad, Nasrin tem já contra si um processo em tribunal por acusação de «ofensa à sensibilidade dos muçulmanos». E, no Estado de Uttar Pradesh, um grupo de muçulmanos ofereceu, em Março, quinhentas mil rupias (cerca de dezoito mil euros) pela sua cabeça.

Já chegou até a ser atacada fisicamente por magotes de muslos.
Uma semana depois, clérigos muçulmanos emitiram um «mandato de morte» contra a escritora (que até é muçulmana) caso esta não abandone o país.

E um grupo de maralha esquerdista com assento parlamentar já afirmou que vai fazer pressão para que Taslima Nasrin seja realmente expulsa da Índia, juntando-se assim a uma delegação de organizações muçulmanas que exige ver a escritora a ser posta fora do Estado indiano.


Claro que a Esquerdalha manda mais uma vez a história dos «direitos humanos» às malvas se o que estiver em causa for o respeitinho subserviente para com o «Outro», e, neste caso, o «Outro», para os hindus, são de facto os muçulmanos.

Esta Esquerda internacionalista, cuja raiz assenta na tara judaico-cristã de amar o alienígena agressor a todo o custo, tornou-se pois na guarda avançada, dimiesca, intrinsecamente traidora, que auxilia, intencionalmente ou não, a islamização do planeta.


Constata-se assim que a doença mortal que corrói o Ocidente por dentro, qual tumor maligno que urge extirpar, já contamina outras civilizações.

Em não sendo assim, pode-se ter uma ideia do que vai começar a acontecer no Ocidente à medida que os lacaios de Mafoma forem aumentando numericamente por toda a Europa - um burocrata de Calcutá descreve assim a situação nesta cidade: «Os muçulmanos constituem mais de vinte e sete por cento da população deste Estado. Para continuar no poder em Calcutá, o governo necessita verdadeiramente do apoio dos muçulmanos. O governo irá com toda a probabilidade decidir recusar o cartão de permissão de residência à escritora.»



14 Comments:

Anonymous Anónimo said...

A conhecida escritora nacionalista portVguesa MARA tambem tem estado a sofrer ameaças por causa das verdades que vai escrevendo no seu blog. Mas essa até é pro muçulmana e anti judaica.

28 de agosto de 2007 às 18:14:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Que funções desempenha actualmente a celebre MARA no PNR? Ainda colabora com o partido?

28 de agosto de 2007 às 23:25:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Acabem com esta merda esta tipa não tem cabeça nenhuma mas voçes metem nojo.

29 de agosto de 2007 às 01:16:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Veio do be para cair nas mãos da pior escória do meio "nacionalista".Menina sabe voçe o que é ser NACIONALISTA???

29 de agosto de 2007 às 01:31:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Como nacionalista sinto uma vergonha tremenda!!

29 de agosto de 2007 às 02:18:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Pelo menos não tem tatuagens de gosto duvidoso, ao contrario de outras moças que se dizem nacionalistas.

29 de agosto de 2007 às 02:31:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Caro Caturo,agora que isto está mais calmo,vou aproveitar para lhe faxer uma sugestão de passeio:á saída de Trancoso,numa aldeia pequena chamada Moreira do Rei,foram encontrados alguns túmulos,juntamente com vestígios dum provável altar Pagão,ambos do tempo do domínio Romano,aí do séc. I ou II.No caso,trata-se,quase de certeza,do culto familiar dos antigos Romanos,talvez "Lares".
Bom,mas quando puder,dê um salto até lá.

Até já.

29 de agosto de 2007 às 10:18:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Muito obrigado pela sugestão e pela informação, caro Treasureseeker, e nunca deixe de comnentar seja o que for por causa das atoardas imbecis que alguns coscuvilheiros desprezíveis aqui publicam, não só porque não se lhes deve reconhecer qualquer espécie de poder (nem o de abandalhar o blogue, que é talvez isso que no fundo pretendem), mas também porque, de um modo ou de outro, acabam todos apagados.

29 de agosto de 2007 às 11:20:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Tudo bem,não se deve dar importância a esse tipo de pessoas,que só estão bem a destabilizar,isso não traz nada de útil.
Antes que me esqueça,e no seguimento do que disse há pedaço,em Moreira do Rei correu uma lenda medieval,relacionada com o mito dos Dragões,chamada a "Lenda da Bicha",é mesmo esse o nome...Parece que o tal animal aterrorizava as aldeias próximas e acabou por ser morto por um nobre da região,que também eliminou os seis filhos da "Bicha",terminando,assim,com as proezas desse ser alado e feroz.Esta lenda está imbuída da simbologia do número 7,e há esculturas representando o "dragão",na aldeia,que tristemente,tem o seu património histórico e arquitectónico ao abandono,sem ninguém fazer nada.
Agora tenho mesmo de ir,mas dê um pulo,quando puder,ao link que é mais ou menos assim:Museu da emigração e das comunidades emigrantes.Lá encontrará a lenda,na íntegra.

Saudações Arqueológicas.

29 de agosto de 2007 às 11:39:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Muitíssimo obrigado por mais essa valiosa informação de carácter etnográfico.

29 de agosto de 2007 às 11:49:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

LENDA DA BICHA de RIBEIROS

--

São Jorge e o Dragão

--

Mitos fundadores

ou

a oposição entre a natureza e civilização





{TERRA, SOL, LUA - (coruja ou ÁGUIA} {TERRA, SERPENTE}



«Há uma lenda que nos conta que, há anos, existia em Moreira de Rei uma Bicha escondida nos silvados, que trazia as populações aterrorizadas, pois comia pessoas e animais que por ali passavam.



Os aterrorizados habitantes do lugar, hoje denominado «Vale da Bicha», resolveram atear o fogo às silvas, para assim, destruírem a Bicha .. Mas não contavam com uma coisa : a bicha tinha asas e voava ! ... Voou na direcção de Ribeiros, vindo a poisar no lugar do Vinco, onde, hoje, existe o cemitério... E continuou aí a sua sanha destruidora, começada em Moreira de Rei.



Contra isto, reagiu um senhor da Casa de Paços que resolveu matá-la.

Pegando na sua espada e acompanhado da sua cadelinha, dirigiu-se ao Vinco, para matar a Bicha ... Mas também ele teve uma surpresa: a Bicha já não estava sozinha, tivera, entretanto, seis filhos ...



Mas o nosso herói não desanimou ... mandou a cadela tomar conta dos filhos da Bicha e, desembainhando a espada, iniciou a luta com a mãe.

Entretanto, caía a noite... O nosso homem, temendo que a luz do dia lhe não permitisse acabar a missão a que se afoitara, invocou Santa Maria , padroeira da Freguesia de Ribeiros.



Dirigindo-se ao Céu, exclamou: «Santa Maria de Ribeiros, alumiai-me! » ... E uma estrela, descendo do Alto, poisou num penedo e alumiou-o ... Então ele, depois de matar a mãe, matou os filhos ... Depois, dirigiu-se a casa, deitou-se e jamais se levantou.

E para que os cépticos não duvidem da «verdade da lenda», está na Igreja de Ribeiros a imagem «milagrosa» de Santa Maria, de pedra, a escultura da Bicha na Casa de Paços e há ainda quem se lembre da marca da estrela no penedo, que foi partida para a construção do cemitério ...



E toda a gente de Ribeiros sabe que todos os anos se reza, junto ao túmulo do Homem da Bicha, que se encontra na «Porta da Travessa» da Igreja paroquial .. Também toda a gente de Ribeiros sabe que, junto ao túmulo do Senhor de Paços que matou a Bicha, existe o túmulo da fiel cadelinha ...»

recolhida pelo Dr. José Carlos Peixoto





Perante este quadro de símbolos, produto de uma antiga sabedoria, procuramos penetrar nesse “estranho” mundo da "lenda da bicha" que se constitui como uma das mais interessantes e complexas narrativas mitológicas conhecidas. Para além da narrativa existem duas esculturas associadas à lenda, na Casa do Paço, da freguesia de Ribeiros.



As esculturas são em granito, provavelmente dos finais do século XVIII, encontram-se no pátio interior da casa, encimando os pilares de um portão de acesso interior ao jardim e divididas em duas peças distintas.



A primeira é constituída por um único bloco esférico talhado no granito, em forma de esfera, envolvida por uma serpente.







O segundo conjunto escultórico, também em granito, apresenta três elementos distintos e dispostos na vertical: uma esfera, situada na parte inferior; no centro, um medalhão, onde estão representados o sol e a lua, em faces opostas e, por fim, uma ave (coruja/águia), colocada na parte superior, hierarquizando verticalmente os seus elementos, completa o complexo escultórico.





Associando o conteúdo narrativo ao conjunto de esculturas existentes na Casa do Paço, de onde dizem que era originário o Cavaleiro envolvido na narrativa, amplia-se o quadro mítico e aumentam as referências simbólicas, como uma metáfora interpretativa do conflito entre a natureza e cultura.



Na primeira das esculturas, constituída pela representação da terra envolvida por uma serpente, também inscrita no texto da lenda, onde se diz que existia uma Bicha escondida nos silvados, remete-nos para um mundo natural.



Na narrativa a serpente estava acompanhada de seis filhos o que torna presente número mítico 7, com valor simbólico da regra da natureza (uma fase da lua ou um quarto do mês lunar).



A serpente e a terra são aqui a mesma entidade mítica, a harmonia e equilíbrio. Também se entende na mitologia como sendo a ordem natural do universo, o símbolo da fecundidade, da reprodução, da sabedoria e ordem do universo.



A serpente é ainda tida, ainda, como a grande protectora da terra, ou o antepassado vivendo em territórios sagrados. Ela demarca estes territórios e define os limites espaciais ao próprio homem.



Noutras circunstâncias, a existência de bruxas, do lobo ou demónio da floresta, exerce as mesmas funções demarcadoras de territórios, sendo exorcizado com rituais de caçada como o que é feito em Bastelo, Freguesia de Varzea Cova, no sítio do Fojo, onde existe uma cerca de pedra em forma de funil que conduz a um precipício onde é suposto caírem os lobos.



A floresta é o local mágico e impenetrável identificado como o local onde vivem as entidades míticas da ordem como forças e entidades poderosas da natureza.



A serpente é a divindade solidária das mulheres, omnipresente, omnisciente e tirânica, aquém se atribui o controlo da procriação, e que exige oferendas de leite e ovos. Ela é fonte de felicidade, favorece a procriação e é um símbolo da autonomia feminina.



Na nossa lenda o cavaleiro, depois de matar a bicha e os filhos, dirigiu-se a casa, deitou-se e jamais se levantou.



Na visão mítica as serpentes são solidárias das mulheres e inimigas dos homens, estando intimamente ligadas à memória dos antepassados e nelas existe um elemento importante: elas "não têm sexo", reproduzem-se por auto-criação, por divisões sucessivas, pelos seus excrementos ou pela "saliva" (como os deuses que criam todas as coisas a partir do "verbo".



Segundo De Vries, a serpente foi o totem de certas tribos celtibéricas do Norte de Portugal, cerca do ano 500 antes a.C. surgindo como um deus ocioso, um antepassado adormecido.



O Senhor de Ribeiros, dirigindo-se ao Céu, exclamou: «Santa Maria de Ribeiros, alumiai-me!».



Este facto leva-nos à associação da serpente ao culto de Maria, como sendo a mesma entidade, dado que a ambas se referem como procriadoras sem macho. Maria e a serpente são a mesma realidade mítica, símbolo de uma grande deusa.



Por vezes, «a serpente enrola-se mesmo ao corpo da mulher e a sua cauda pode encontrar-se no local das partes genitais da figura. Era deste modo que os Celtas da Gália representavam a Deusa-mãe, uma divindade autocrática, de que a serpente e a árvore eram metamorfoses. »



A esfera em que a serpente se envolve completamente é redonda e dir-se-ia que envolve a terra mãe, tornando-se na mesma entidade.







O segundo conjunto escultórico apresenta três elementos distintos e dispostos na vertical: uma esfera, situada na parte inferior, simbolizando a terra; no centro, um medalhão, onde estão representados o sol e a lua, em faces opostas e, no topo, uma ave (coruja/águia), colocada na parte superior, hierarquizando verticalmente os seus elementos, completa o complexo escultórico.



Por outro lado, no texto da lenda diz-se que o Senhor da Casa do Paço resolveu matá-la, servindo-se da espada e do seu cão, como acto civilizador. O cavaleiro mata a Bicha e as 6 filhas, acabando a civilização por sair vencedora e a natureza a vencida nesta contenda. O Cavaleiro nunca mais se levantou, donde se supõe ter sido vítima do poder mágico da natureza.



A simbologia da lua está largamente associada à importância atribuída ao ritmo sete. Ninguém ignora que o astro muda de forma todos os sete dias e que o mês lunar comporta vinte e oito dias.



Os Celtiberos adoravam a lua como um deus, particularmente durante o quarto crescente.



A primeira ideia que se nos coloca, é a posição relativa de cada símbolo: terra, cosmos e coruja, por ordem ascendente. Em segundo lugar, este conjunto compõe três entidades cósmicas: terra, sol - lua, coruja. Por último, a oposição e assimetria do sol e da lua, sugere-nos duas entidades dinâmicas e opostas.



O elemento central, em forma de círculo, apresenta dois símbolos: Sol, representado por uma cara, e a Lua, em quarto minguante. Estes aparecem em oposição facial e assimétrica, sugerindo-nos a dinâmica do cosmos e o seu equilíbrio instável.



A ave é a anunciadora do perigo, do caos e da desordem nos elementos cósmicos que se situam na parte inferior: sol, lua e terra. A errância nocturna é uma anomalia e um sintoma de cumplicidade com a lua. O morcego, as corujas e os sapos são os inimigos jurados do Sol.



Esta entidade mítica, na relação sol-lua, anuncia a passagem do dia para a noite, momento de entrada em outros "mundos"; o das trevas onde vivem os seres das entranhas da terra: sapos; serpentes; corujas; escorpiões; morcegos; todos associados a perigos para o homem e incapazes de conviver com o sol.



O sol, como todas as coisas, também eles [ astros] têm género. Ao sol são atribuídas as funções que competem normalmente ao pai: a fecundação e o controlo sob o cosmos.



A lua é uma mãe, atribuindo-se a ela a procriação das espécies, o nascimento, a morte e a regeneração. A lua é a mãe de tudo o que existe ou, uma mãe substitutiva, que tanto pode ser boa como má. É à imagem da lua que se regenera todos os sete dias, aqui representada pela serpente e suas seis filhas.



Na escultura da Casa de Paços, como já se disse, a representação do sol e da lua, encontra-se em oposição assimétrica, ocupando as duas faces opostas de um medalhão, o que segundo o autor que estamos a citar, representa a dualidade sol – lua.



Os dois astros tornam-se ora casal que se equilibra, ora dois inimigos declarados. Esta visão passou também à religião cristã, na qual Cristo é representado como um sol e a sua mãe com uma lua aos pés.



O tempo narrativo é a transição entre o dia e noite que cai, momento de passagem e de perigo, explicitado pela presença em simultâneo do Sol e da Lua, bem como pela presença na mesma escultura de uma água como símbolo da sabedoria.



Esta figura sintetiza todo o quadro cósmico: o Sol, a Terra e a Lua. Este contexto dramático do lendário surge encimado pela Ave que é inimiga do sol e da luz e anunciadora do conflito. Indicia a grande instabilidade da passagem do dia para a noite, bem como o momento das grandes desordens cósmicas possíveis.



A Ave e a terra, pela posição que ocupam, uma no topo e a outra na base, condicionam a leitura interpretativa do duplo elemento central: Sol e Lua.



Este possível e caótico encontro cósmico recai sobre a terra, o que é indiciado pela posição espacial que ocupa. A esfera (terra), local mágico e frágil, susceptível às alterações do cosmos, estabelece a ligação entre os dois conjuntos simbólicos. - «... Caía a noite ... O nosso homem, invocou Santa Maria , padroeira da Freguesia de Ribeiros.



Dirigindo-se ao Céu, exclamou: « Santa Maria de Ribeiros, alumiai-me! » ... E uma estrela, descendo do Alto, poisou num penedo e alumiou-o... Então ele, depois de matar a mãe, matou os filhos ..- Depois, dirigiu-se a casa, deitou-se e jamais se levantou ...»



O dia e a noite não têm o mesmo valor, tal como sol e a lua que os governam. O momento de passagem do dia para a noite é um momento perigoso, uma "hora aberta", como se diz, um momento de ruptura propícia às piores desordens: os demónios e os mortos podem soltar-se, o caos pode instalar-se graças à desordem do sol.



Os momentos do meio-dia e meia-noite estão particularmente carregados de força sagrada e as sortes fatídicas são impostas pelo pai [sol], que se encontra numa posição instável. Graças às «orações para as horas abertas», o rochedo fende-se [marca da estrela no penedo].



A lenda apresenta novos elementos que dividimos em masculinos, femininos e mágicos. Os masculinos são: o cavaleiro, o cão, a estrela (sol), fogo. Femininos: rocha (terra) que se fende; uma serpente atacada, primeiro pelo fogo e depois pelo cavaleiro; mágicos: a coruja; a serpente que se transforma em sete - número emblemático do equilíbrio e ordem cósmica; o 15 de Agosto, festividade local da nosso Senhora da Conceição é um dia mágico no ciclo agrícola como o dia da grande mãe que, na cristandade, corresponde à Senhora da Conceição ou (concepção).



O Sol, o homem e o cão compõem um quadro masculino com atributos telúricos, escaldante, masculino, fecundante, instável, agressivo e causador das grandes desordens.



O cavaleiro atacou a serpente, provocando a desordem no cosmos... O caos instala-se pela presença simultânea de duas forças opostas: sol e lua. A desordem acontecida no mundo dos homens provoca os mesmos efeitos no mundo do cósmico: o sol violenta a terra, provocando-lhe feridas visíveis nas rochas que se fenderam.



A terra mãe foi ofendida através da serpente, guardiã dos territórios sagrados e proibidos ao homem, ao mesmo tempo que o Sol se encontra com a lua, provocando cataclismo na terra. O homem teria de ser vingado com a morte para que a ordem se estabelecesse na terra.



Miguel Monteiro

Mínia - 3.ª Série - Anno II - 1994, pp. 105 - 136


Caso não tenha encontrado,aí vai!

Até já.

29 de agosto de 2007 às 16:52:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Agradeço novamente o seu interesse e convido-o a colocar este mesmo texto na secção de Folclore do fórum Lealdade Sacra:

http://lealdadesacra.pt.vu/

29 de agosto de 2007 às 17:11:00 WEST  
Anonymous Anónimo said...

Caro Caturo,não leve a mal esta "ousadia",mas achei isto interessante e resolvi partilhar com as outras pessoas.
Sem exemplo.

29 de agosto de 2007 às 18:16:00 WEST  
Blogger Caturo said...

Caro Treasureseeker, não passaria pela cabeça de ninguém levar-lhe a mal colocar aqui uma mensagem de riqueza etnográfica, pelo contrário. Deve fazê-lo quantas vezes quiser, e quantas mais melhor. O meu conselho-convite foi no sentido de aproveitar ainda melhor o seu testemunho, para ajudar a enriquecer o projecto da Lealdade Sacra.

29 de agosto de 2007 às 18:19:00 WEST  

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