terça-feira, março 27, 2007

TRIBUNAL FRANCÊS SALVA LIBERDADE DE EXPRESSÃO CONTRA A INTOLERÂNCIA ISLÂMICA

O caro leitor Rafael apresentou aqui um bom artigo sobre uma recente decisão dum tribunal francês a respeito dum dos casos das caricaturas que teve lugar em França:


Na sequência da polémica dos "cartoons" sobre Maomé em Fevereiro de 2006, um tribunal parisiense absolveu na passada quinta-feira o director da revista satírica francesa "Charlie Hebdo", Philippe Val.
A criminação de Val é certamente um triste retrato deste país, cada vez mais abastardado e fútil. Já sabia que a França sofria de terríveis complexos de inferioridade e de uma patológica cegueira política. Mas faltava ainda o passo decisivo: alinhar com uma religião sinistra e subscrever uma visão radicalmente intolerante que exclui qualquer dimensão de liberdade de expressão. Como é bom pertencer a uma civilização culta e sofisticada. Os Estados Unidos? Que povo vulgar...

Tribunal iliba revista francesa que publicou três "cartoons" sobre Maomé

Um tribunal parisiense absolveu hoje o director da revista satírica francesa "Charlie Hebdo", Philippe Val, acusado de injúrias de cariz religioso depois de ter publicado três "cartoons" sobre Maomé em Fevereiro de 2006, que foram considerados ultrajantes e injuriosos pela comunidade muçulmana.

O tribunal considerou que os três "cartoons" sobre o profeta não contêm matéria de injúria, ao contrário do que alegavam as organizações muçulmanas responsáveis pela acusação.

As imagens que estiveram no centro da disputa são três: um desenho de Maomé com um turbante do qual sai o rastilho de uma bomba; um "cartoon" em que o profeta pede aos terroristas que deixem de se imolar, uma vez que já não restavam mais virgens no Paraíso; e um último desenho em que se representa o profeta com as mãos na cabeça e a afirmar: "É duro ser-se amado por tontos". As duas primeiras imagens tinham sido previamente publicadas em Setembro de 2005 pelo diário dinamarquês "Jyllands-Posten".

No passado dia 28 de Fevereiro, o Ministério Público tinha pedido a absolvição do director da "Charlie Hebdo", Philippe Val, ao considerar que a publicação dessas imagens não viola o direito da liberdade de expressão e que não ataca o Islão, mas antes os integristas.

A defesa de Val também tinha pedido a absolvição, afirmando que nunca houve intenção de magoar ninguém e sublinhando que a França é um país onde a liberdade de expressão é fundamental. Porém, as entidades muçulmanas responsáveis pela acusação, a União das Organizações Islâmicas de França e a Grande Mesquita de Paris, não estavam de acordo com esta leitura.