segunda-feira, dezembro 25, 2006

MITRA, DEUS ARIANO DA LUZ, DA VERDADE E DO CONTRATO


Mithras

O dia 25 de Dezembro é a data do nascimento de Mitra, Guardião da Justiça, Cujo culto, vindo da Índia e do Irão arianos, chegou ao Império Romano no século I a.c. e aí se divulgou imensamente, desde a Ásia Menor até à Ibéria (parece ter havido um templo mitraico em Tróia de Setúbal, foi aí encontrado um baixo-relevo que representa provavelmente uma cena dum banquete mitraico, neste momento exposta no Museu Nacional de Arqueologia, na exposição «Religiões da Lusitânia»), passando pela Gália e pela Britânia.

Mitra, ou Mithras, Cujo nome significa, em Sânscrito (língua ariana da Índia), algo como «Amigo»; em Persa, o mesmo nome quer dizer «Contrato». Trata-Se de um Deus luminoso, puro, combativo, que incita os homens a seguirem o Seu caminho no combate pela Luz contra as Trevas. O Seu culto confundiu-se, no Ocidente, com o culto do Sol Invictus, ou Sol Invencível; Mitra tem naturalmente um forte carácter solar (o que não significa que seja o Sol) e o Seu dia sagrado é o domingo (no Latim pagão, domingo é «Dies Solis», ou «Dia do Sol»).

De acordo com algumas versões, Mitra nasceu duma pedra, o que constitui um símbolo da sua pureza; segundo outros, é filho duma virgem. De uma maneira ou doutra, conta-se que o Deus Máximo, Ahura Mazda, Lhe ordenou que matasse um determinado touro. O Sol foi o mensageiro que levou esta ordem a Mitra, O Qual a cumpriu, conseguindo levar o touro para uma caverna onde o sacrificou (por esse motivo, os fiéis de Mitra oficiavam as suas cerimónias religiosas em cavernas). Do sacrifício do touro, o universo é renovado, pois que o sangue do bovino será o vinho e todo o seu corpo alimenta o cosmos, dando, entre outras coisas, o pão. A alma do touro sacrificado subiu então aos céus para ficar junto do Deus Supremo.



Depois de cumprida a sua missão, Mitra realizou um banquete com os seus fiéis, comendo pão e vinho, findo o qual ascendeu aos céus.

A religião mitraica compreendia uma iniciação de sete graus. Em cada grau, aprender-se-iam novos e secretos conhecimentos. Tinha um carácter hierárquico e era vedada às mulheres. Os graus eram:
- corax (corvo);
- nymphus (noivo);
- miles (soldado);
- leo (leão);
- perses (persa);
- heliodromos (correio do Sol);
- pater (pai).

É uma religião de soldados, de homens integrados num exército que cumprem ordens e são leais uns aos outros até que a morte os leve para o Outro Mundo.

Diz-se entretanto que o aperto de mão como cumprimento surgiu na Pérsia como sinal de lealdade e de demonstração de que não se está armado.


Antiochus, um monarca da dinastia Selêucida apertando a mão a Mitra, de cujo barrete frígio irradia luz

Muito mais há a dizer sobre esta Divindade (procurem no motor de busca yahoo ou noutro qualquer, têm leitura para anos e anos), valendo a pena lembrar as palavras de Renan, historiador bretão («francês») do século XIX segundo o qual «Se o Cristianismo tivesse sido detido por alguma doença mortal, o mundo seria mitraísta».

Veja-se, por exemplo, um site dedicado ao culto de Mitra na actualidade.