terça-feira, dezembro 19, 2006

CRIANÇAS BRITÂNICAS NÃO RELACIONAM O NATAL COM CRISTO

Menos de metade das crianças britânicas, entre os 7 e os 11 anos, sabe que o Natal celebra o nascimento de Jesus, segundo uma sondagem efectuada para a BBC e hoje publicada.
Apenas 44 por cento das 1.063 crianças visadas sabe que o Natal remete para o nascimento de Jesus Cristo.
Os jovens da Irlanda do Norte são mais instruídos na matéria, sendo que 71 por cento sabe a resposta correcta. A grande maioria das crianças, 89 por cento, diz ficar entusiasmada com o Natal, 63 por cento dos quais afirma economizar para poder comprar presentes.
As mães são recompensadas por 16 por cento das crianças, havendo apenas sete por cento das crianças que presenteia os pais. Sessenta e seis por cento dos jovens tenta ser justo e oferecer o mesmo aos dois pais.
Entre as crianças que foram interrogadas, 29 por cento considera que no Natal se deve primeiro pensar nos outros e 24 por cento considera que se trata de uma altura em que se deve pensar em dar e não em receber
.


Bom sinal: a maior parte das crianças duma das grandes potências da Europa gosta do Natal e não o relaciona com Cristo. Pode haver quem veja nisto a mais que batida «crise de valores», o horrendo «vazio interior duma juventude consumista e ignorante relativamente aos valores espirituais», etc..

Ora que há crise de valores parece-me um facto verídico.

Mas o que é crise?

«Crise» significa, em Grego, «Mudança». E até no Wikipedia se pode ler que «crise» é um «turning point».

Vive-se neste momento uma queda gradual da Cristandade no Ocidente. Esta queda deixa um vazio.
Ora, como dizia Aristóteles, a Natureza tem horror ao vazio. Quer isto dizer que o que desaparece é depressa, ou ao mesmo tempo, substituído por outra coisa. E a queda do crucifixo na Europa deixa portanto um espaço que será ocupado pelo símbolo religioso cujos crentes sejam mais bem sucedidos em convencer os Europeus do valor do seu credo.

É pois um tempo de mãos à obra - de trabalhar mais do que nunca para que seja possível reentronizar o que em tempos foi injustamente deitado abaixo.

Ora como se pode ver por esta notícia, a criançada dum dos países mais evoluídos* está melhor do que alguma vez esteve no último milénio - aprecia uma festa de origem pagã europeia e não lhe dá o sentido que lhe foi imposto pela usurpação cristã.

Os arautos do Judeu Crucificado trabalharam duramente, ao longo de milénios (ainda hoje o fazem) para que a celebração natalícia fosse vista e praticada como uma festa cristã. Na verdade, o Natal é, na sua origem e significado, algo de autenticamente pagão, completo em si mesmo, integral, não necessitando do Cristianismo para nada nem dele tendo recebido qualquer contributo essencial. Quer isto dizer que os adoradores do judeu Yeshua alegadamente filho de Jeová quiseram pura e simplesmente apropriar-se duma celebração religiosa europeia para melhor se infiltrarem em solo europeu. Não há qualquer simplismo nesta descrição - aliás, um dos maiores sábios da Igreja, o filósofo norte-africano Agostinho, aconselhava mesmo os cristãos a que tentassem cristiniazar os rituais pagãos para assim conseguirem impor o Cristianismo por toda a parte.

E, todavia, as crianças europeias, futuro da Europa, mostram cada vez mais tendência para, ao mirarem o trono espiritual da Europa, não reconhecerem como seu soberano o usurpador lá sentado.


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* A análise que se segue parte do princípio de que o panorama relativo à generalidade das crianças europeias reflecte o mapa da religiosidade (provavelmente cristã) na Europa que bate certo com a notícia na medida em que as crianças da Irlanda do Norte relacionam muito mais o Natal com Cristo, e, no mapa, é visível que a religiosidade irlandesa é muito mais elevada do que a da Inglaterra, embora aí, nesse caso, a Irlanda do Norte esteja classificada do mesmo modo que o restante do Reino Unido no que respeita à quantidade de crentes em Deus (cristão)...

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

excelente cada vez estamos menos religiosos e mais ateus :)

20 de dezembro de 2006 às 22:36:00 WET  
Blogger Caturo said...

Também é verdade que a religião pode exaltar a continuidade da família, camarada. Mas atenção que o Japão também tem muito ateísmo e uma taxa de natalidade baixa...

21 de dezembro de 2006 às 19:00:00 WET  

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