segunda-feira, outubro 24, 2005

VIOLÊNCIA ISLÂMICA NO EGIPTO

No Cairo, capital do Egipto, registaram-se tumultos violentíssimos (que já causaram mortes) provocados por uma multidão muçulmana enraivecida contra a minoria copta (cristã do Egipto) por causa da distribuição de um dvd contendo um filme no qual a personagem principal é um rapaz que se converte do Cristianismo ao Islão, vindo depois a ficar desiludido com a sua escolha.

Os líderes da comunidade muçulmana, exigem um pedido de desculpas aos coptas, os quais recusam obedecer a tal humilhação, porque, como bem dizem, não fizeram nada de mal.

Contam-se na casa dos cinco mil os autores do motim islâmico.
Mas será possível que haja tanto islâmico radical no Egipto? Então não era verdade que a imensa, muito imensa, imensíssima maioria dos muçulmanos era amante da paz e que só uma minúscula minoria, quase inexistente, que não chega para encher um táxi, só uma minoria dessas é que era radical?
Ou estes que participaram na violência são dos «moderados»?

Ou a maioria dos muçulmanos é mesmo moderada, e cinco mil é um número desprezível no meio de milhões e milhões de pacíficas almas?
Esta é a melhor das hipóteses - e mesmo na melhor das hipóteses, o caos instala-se e a intolerância assassina e arrogante campeia.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

http://www.jpcoutinho.com/Default.aspx

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- Depois do 11 de Setembro começaste, tal como outros, a falar muito do ódio que existe ao Ocidente dentro do próprio Ocidente. Achas que este ódio é mais perigoso do que o ódio dos fundamentalistas?

- Sim e isso tem várias causas. Uma delas é o facto de o Muro ter caído em 1989. O comunismo deixou de ser levado a sério como alternativa - se é que era levado a sério até 89. A ideologia culminou no vazio. Procurou direccionar-se para um espaço vago. O espaço vago era o ódio aos EUA, o ódio à globalização, o ódio ao Ocidente como entidade cultural e ideológica.

- A expressão «valores civilizacionais do Ocidente» é muito mal vista.

- É mal vista porque há muita gente que não acredita que esses valores existam. Mas eles existem. O Ocidente é uma herança.

- É, no entanto, verdade que o Ocidente também pratica o mal.

- Claro que sim. Como qualquer civilização. A questão que se deve colocar é esta: independentemente do mal que o Ocidente provocou, nós conseguimos atingir ou não um patamar de civilização que nos distingue dos restantes povos? Eu acho que sim. Indepentemente de termos páginas negras na nossa história. Qualquer civilização tem páginas negras. Qualquer civilização foi feita por mecanismos de conquista e de violência.

- Outra das tuas ideias-fortes é a ideia de imperfeição humana. A ideia de que é necessário aceitá-la contra todos os totalitarismos e a ideia de “homem novo”.

- Grande parte das tragédias que aconteceram na História deveu-se ao facto de não se aceitar os seres humanos na sua imperfeição e de se ter procurado abolir essa imperfeição construindo um homem novo.

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24 de outubro de 2005 às 12:19:00 WEST  
Blogger Caturo said...

A última resposta de JPC tem o seu valor (e por acaso, também já li Le Pen a dizer o mesmo, motivo pelo qual não se considerava fascista, porque o Fascismo quer criar o Homem Novo).

Mas atenção que o cronista é favorável à entrada da Turquia na U.E., considerando-a europeia, e afirmando também o argumento rebatido de que é preciso «dar um sinal de boa vontade» aos muçulmanos.

É, enfim, um autêntico representante dos mais míopes neo-cons americanos.

24 de outubro de 2005 às 12:55:00 WEST  

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