domingo, junho 12, 2005

MAIS UM PORTUGUÊS MORTO

O Estado «Português» podia criar incentivos económicos em Portugal para o retorno dos emigrantes da África do Sul, medida que iria dinamizar o sector terciário do país e repovoar o interior. Pelo contrário, nada faz, pelo que é co-autor moral disto:

Do Forum Nacional,

oanesburgo, 10 Jun (Lusa) -
Um comerciante português de 34 anos foi assassinado quinta-feira a tiro no bairro de Isando, em Joanesburgo, no decorrer de um assalto ao talho que a vítima explorava, anunciaram hoje fontes da comunidade portuguesa na África do Sul.
Aires Inácio da Silva foi atingido com um tiro na região abdominal quando, cerca das 19:00 horas de quinta-feira, alertado pelos gritos de uma empregada, correu de uma sala contígua ao talho (Isando Butchery) para a zona das caixas registadoras, onde um vasto grupo de assaltantes roubava o dinheiro existente em caixa.
Aires da Silva, que deixa viúva, um filho e uma filha de tenra idade, é o nono português a ser assassinado este ano na África do Sul.
A notícia foi hoje avançada à Lusa pelo padre Carlos Gabriel, reitor da Igreja de Nossa Senhora de Fátima na localidade de Benoni - não muito longe do local do crime de quinta-feira - no decorrer de uma visita à sua igreja do deputado pela emigração José Cesário.
O membro do parlamento, que desempenhou funções de secretário de Estado das Comunidades nos governos de Durão Barroso e Santana Lopes, depôs uma coroa de flores no monumento às vítimas do crime, acompanhado do cônsul-geral de Portugal em Joanesburgo, Manuel Gomes Samuel, do presidente da Federação das Colectividades, Alexandre Santos, e conselheiros da comunidade.
Na ocasião, José Cesário recordou ter visitado o mesmo local quando era responsável pela pasta das comunidades, salientando ter sido na África do Sul que viveu alguns dos momentos mais marcantes da sua vida política recente.
"Foi neste país que vivi alguns dos momentos mais felizes e mais tristes da minha carreira, que não mais esquecerei", salientou Cesário, referindo os encontros que teve com viúvas, órfãos e outros familiares de portugueses que tombaram vítimas da criminalidade na África do Sul.
O deputado pelo círculo de fora da Europa frisou que "nem sempre a ideia de que os emigrantes têm sucesso e vidas felizes é verdadeira", recordando que muitos dos que morreram na África do Sul deixaram as suas famílias em situação delicada porque eram eles o "ganha-pão" do lar.
O monumento às vítimas do crime, erigido na Igreja de Nossa Senhora de Fátima pelo Foro Português, presidido pelo padre Gabriel, contém mais de 400 nomes e fotos de vítimas da violência de origem portuguesa, todos mortos desde 1992.
O cônsul-geral de Portugal em Joanesburgo salientou que as autoridades consulares e diplomáticas, bem como o governo português, têm feito grandes esforços no sentido de colaborar com as autoridades sul-africanas e com a comunidade no sentido de reduzir os efeitos devastadores da criminalidade.
Apontou o recente acordo de cooperação na área da segurança, implementado quando da visita do actual secretário de Estado das Comunidades, António Braga, como um bom exemplo das preocupações de Lisboa nesta matéria.
Gomes Samuel salientou que os portugueses não são visados pelos criminosos por serem portugueses, sendo antes vítimas de uma situação anormal num país com uma violência endémica.
"Todas as comunidades sofrem os efeitos da criminalidade, incluindo a comunidade negra (esta a mais atingida) e devo referir que há dias o meu homólogo da República Popular da China me disse que em 2004 foram mortos na África do Sul 22 cidadãos de origem chinesa", revelou o cônsul-geral português.
AP.
Lusa/fim


Repare-se no enfiar da carapuça por parte daqueles que, percebendo que já não lhes fica nada bem assobiar para o ar como se não houvesse uma questão racial envolvida na tragédia, vêm a terreno dizer que «não é racismo porque também há negros assassinados».

Trata-se, enfim, de mais uma justificação perfeitamente imbecil, autêntico exemplar da tentativa de atirar areia para os olhos das pessoas. Pois em que é que o facto de haver negros a matar negros impede o reconhecimento de que há brancos a serem mortos por questões raciais? É perfeitamente nítido que grande parte dos brancos é morta gratuitamente.

E, entretanto, há algo mais que salta à vista neste caso: a África do Sul é um exemplo acabado do que é uma sociedade multi-racial - violência e terror sem limites.

Outros bons exemplos, são o Rio de Janeiro e as partes mais literalmente negras dos E.U.A..