quinta-feira, novembro 25, 2004

EXÉRCITO EUROPEU

Do Forum Nacional,

Os ministros da Defesa da União Europeia aprovaram esta segunda-feira em Bruxelas o estabelecimento de 13 batalhões multinacionais até 2007, que incluirão Portugal, assim que terminar o respectivo processo de constituição, que se iniciará em 2005.

Cada batalhão deverá dispor de 1.500 efectivos de várias nacionalidades.
«Estes batalhões proporcionam à União Europeia forças credíveis, rapidamente destacáveis, coerentes e capazes de suportar operações de longa duração», disse o ministro da Defesa holandês e presidente rotativo do Conselho, Henk Kamp. «Vamos proporcionar à UE os instrumentos militares necessários para a gestão de crises», sublinhou.

Quatro países - Espanha, Reino Unido, Alemanha e França - impulsam esta iniciativa, já que cada um liderará um batalhão multinacional a partir de 2005. A contribuição de cada um destes países ronda «85% ou 90%» do batalhão.

Os restantes batalhões irão constituir-se nos próximos dois anos. O compromisso de Espanha é de co-participar noutros dois batalhões, juntamente com os seus parceiros mediterrânicos – Portugal, Itália e Grécia – e com os do Eurocorpo - Bélgica, Luxemburgo, França e Alemanha.

O «batalhão mediterrânico» implicará que Portugal e Grécia formalizem o respectivo entrada na Força Anfíbia Hispano-Italiana (SIAF), que foi activada a 23 de Novembro de 1998 em Barcelona. Trata-se de uma força de carácter aberto e é formada pela Brigada de Infantaria da Marinha e o Grupo Delta da Frota espanhola, da parte espanhola, e pela 3ª Divisão Naval e o Reagrupamento Anfíbio São Marcos, da parte italiana.

A distribuição dos restantes batalhões de que a UE disporá no futuro é a seguinte: França e Bélgica por um lado; Alemanha, Holanda e Finlândia por outro; um batalhão centro-europeu e báltico - Polónia, Alemanha, Eslovénia, Lituânia e Letónia -; outro puramente centro-europeu, com a Alemanha, Áustria e a República Checa; outro nórdico - Suécia, Finlândia e Noruega, apesar de este país não integrar a UE; finalmente dois mais: Reino Unido e Holanda, e Itália, Hungria e Eslovénia.

Quatro países ofereceram ainda infraestruturas de apoio logístico aos batalhões: Chipre disponibilizou uma equipa médica, a Lituânia fornece uma unidade de purificação de água, a Grécia disponibilizou o centro de coordenação de Atenas, e a França fornece a estrutura de um quartel de força multinacional movível.

O objectivo é que a UE possa realizar já em 2005 uma operação de resposta rápida baseada num batalhão, e outra em 2006, explicou Kamp.

A partir de 2007, estabeleceu-se que dois batalhões deverão ter uma «disponibilidade permanente» para que os Vinte e Cinco possam destacar esta força de combate no prazo máximo de 15 dias. Para tal, será desenhado um calendário de rotação para que dois contingentes estejam sempre activos em caso de necessidade urgente.

As forças dependerão dos Estados membros e não implicarão uma duplicidade relativamente à força de reacção rápida da NATO - que contará com 20 mil homens -, já que cada país destacará as tropas que considerar conveniente para cada organização. «São complementares e reforçam-se mutuamente com a força da NATO», disse o ministro da Defesa holandês.

Explicou que serão criados esquemas de rotação que tornem possível aos países participar em ambas as estruturas alternadamente e não ao mesmo tempo.

Os europeus querem enviar esta força para zonas que requeiram «missões pontuais», como a «Artemis» na República Democrática do Congo em 2003, onde a acção da UE pôs fim à onda de violência na região de Ituri.


Penso que esta notícia do futuro exército europeu é fundamentalmente boa, porquanto trará aos Europeus uma verdadeira independência relativamente aos EUA. Não gosto, de qualquer modo, que sejam os Espanhóis a liderar o batalhão mediterrânico. Creio que as lideranças deveriam ser atribuídas por sorteio e não pela dimensão populacional ou territorial, ou de poder militar, de cada país.

Não concordo entretanto com o camarada J.E., que expressou a sua opinião no supramencionado Forum Nacional. Tal como ele, também eu votarei contra a Constituição, também eu sou contra a perda das soberanias nacionais europeias, também eu sou contra a entrada na U.E. da Turquia, de Israel ou de qualquer outro país não europeu; mas, diferentemente de J.E., eu separo esses assuntos do que está em causa neste caso em concreto, que é o do fortalecimento do poder político europeu, por via militar.

É bom que a Europa ganhe ferramentas - o modo como estas serão um dia utilizadas, caberá a quem entretanto conseguir fazer valer os seus ideais.


2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

O "Aliança Nacional" é tão católico, tão católico que ainda não se pronunciou sobre os crimes da pedofilia e Casa Pia.
Estranho, não?
:(

25 de novembro de 2004 às 21:03:00 WET  
Anonymous Anónimo said...

Quem tem que se pronunciar sobre isso é o Partido Socialista!...

:-)


Imperador

26 de novembro de 2004 às 16:59:00 WET  

Enviar um comentário

<< Home