segunda-feira, abril 26, 2004

(IN)TOLERÂNCIAS PÓS-ABRILENTAS...

Não costumo discutir as diferenças entre o Estado Novo e o regime instaurado com o 25 de Abril. Louvo as liberdades (quase) todas e mais algumas e amo particularmente a liberdade de expressão e de informação.

O 25 de Abril tem sido cantado e propagandeado por ter dado isto mesmo ao Povo Português. Mas será que a Constituição abrilista garante realmente a liberdade política, se é verdade que proíbe a constituição de partidos e de organizações fascistas, o que se torna mais abjecto e escandaloso quando se constata que é de todo omissa a respeito da existência de formações políticas de extrema-esquerda, que são, desde sempre, inimigas da Democracia e da liberdade de expressão?

Pior ainda: trinta anos depois da Revolução, quando seria já altura para que os radicalismos naturais de reacção ao anterior regime estivessem pacificados... é proibido falar publicamente em raças, em etnias, é até interdito proclamar a necessidade de dar primazia aos Portugueses nos empregos??

Chame-se-lhe o que se quiser e grite-se o que se quiser sobre as virtudes abrileiras - o que é facto, é que, actualmente, não se vive em liberdade. A «tradição» da intolerância doutrinal, talvez herdada da Inquisição, continua activa nas mentes das pessoas, por mais esquerdo-liberais que pretendam ser -e, muitas vezes, são precisamente os esquerdo-liberais quem dá mais mostras de intolerância, pela razão de que, convencidos em absoluto da «universalidade» do «humano», partem do princípio de que a «lógica» humanista e internacionalista é a única possível e, quando constatam que existem doutrinas diferentes dessa, com a sua lógica própria e o seu discursco coerente, perdem as estribeiras, e, ou tentam por todos os meios silenciá-las e distorcer a sua mensagem ou então chegam mesmo ao ponto de as proibir, chocados que ficam com a possibilidade de existir outra visão do mundo, completa e coerente, que nada tenha a ver com a humanista.

Tem piada salientar algo que ouvi hoje de manhã, no forum da tsf: um ouvinte dizia, a propósito do governo «fascista» de PSD/PP, que, se preciso fosse, o povo devia estar disposto a pegar em armas para impedir que o Fascismo voltasse.

...

Pois...

Que curiosa é a tolerância democrática dos esquerdistas... perante um governo democraticamente eleito pelo Povo, os esquerdistas já falam em pegar em armas, só porque não gostam da direcção política que País está a tomar... bonito, sim senhor, cada vez lhes caem as máscaras COM MAIS FORÇA...