quinta-feira, março 11, 2004

TRAGÉDIA

Os meus pêsames aos Castelhanos pelo trágico e revoltante atentado, que ocorreu em Madrid, esta manhã.

Ao ver, nas notícias, imagens de arquivo de dois terroristas da E.T.A., com a cara tapada, sentados a uma mesa, pensei que espécie de merda é que julgariam que eram para se acharem no direito de levar a morte a tanta gente.

Aplica-se o raciocínio a qualquer tipo de terroristas; aliás, desta vez, talvez os culpados não sejam os da E.T.A., mas sim de outro bando...
A Europol fez uma declaração pública segundo a qual o «modus operandi» deste atentado não é típico da E.T.A.; os Americanos, concordam; a polícia espanhola, entretanto, afirma ter quase a certeza de que a acção foi levada a cabo pelos etarras; segundo o que se pode ler na secção de notícias do servidor iol, a G.N.R., por seu turno, considerou, enquanto organizava o controle da fronteira, que, se o crime não foi cometido pela E.T.A., então a situação é muito mais perigosa. Talvez tenham sido avisados por fonte fidedigna.
Entretanto, não deixa de ser estranha a pressa do governo espanhol em atribuir o atentado à organização basca acima referida. Nem sequer colocou a possibilidade de a matança ter sido cometida por terroristas árabes... a situação na bolsa começou logo a piorar assim que começou a circular o «boato» de que a chacina tinha sido por terroristas islâmicps e voltou a melhorar quando o governo espanhol reafirmou categoricamente que os terroristas eram de certeza da E.T.A..
De lembrar também que, há uns meses, este mesmo governo espanhol afirmou que a organização terrorista basca tinha ficado inoperacional. Ora, que se saiba, a E.T.A. nunca fez nada de tão organizado e tão mortífero. Como é que os especialistas do governo espanhol se enganaram a tal ponto? Ou será que não se enganaram?

É também conveniente fazer notar que a E.T.A. ainda não renvindicou o ataque, o que não é muito usual da parte desse grupo. Do mesmo modo, também não fez nenhum telefonema prévio, o que também não condiz com o seu modo de actuar.

Tudo isto combina talvez com o facto de a Espanha ter sido, juntamente com Portugal, Inglaterra e E.U.A., um dos quatro países que participou na cimeira dos Açores para decidir um ataque ao Iraque.
Há escassos meses, foi dado em Lisboa um alarme de bomba, no restaurante McDonalds, do Rossio, onde foi encontrada uma inscrição, em Árabe, dizendo «Vocês estão na lista» ou coisa parecida.


Em qualquer dos casos, não há dúvida alguma de que só à base da força mais brutal e persistente é que se pode derrotar o terrorismo. Não há outra linguagem para lidar com quem quer usar a arma do medo contra inocentes.