terça-feira, janeiro 27, 2004

AS POSIÇÕES CRISTALIZAM-SE

D. Januário Torgal Ferreira, presidente da Comissão Episcopal das Migrações, voltou a pronunciar-se a favor da imigração, criticando a posição do PSD a respeito do suposto «zigue-zague» na sua políticar, e, sobretudo, afirmando que o País precisa de mais de seis mil e quinhentos imigrantes (número máximo apresentado pelo governo PSD/PP) para se desenvolver. Chega mesmo a dizer que, passo a citar,
«O Governo deixou entrar os brasileiros - que bom, oxalá que deixe entrar muitos africanos e que não faça destrinça entre povos de Leste e gente de cor que não é branca - espero é que pessoas que fazem aquilo que os portugueses não querem fazer tenham lugar na nossa mesa e não sejam maltratados»,
além, de entretanto, afirmar, mais de uma vez, que o povo português está atrasado em termos de mentalidades pelo facto de ver os imigrantes como pessoas que lhes vão roubar os empregos.

Em primeiro lugar, as considerações deste sacerdote político são de saloiice chico-espertista, ao querer mostrar-se irónico para com uma opinião de vários portugueses, considerando-a «atrasada» em relação à Europa, ignorando, ou fazendo por ignorar - enfim, o obscurantismo é vício antigo, no seio da Igreja... - de que é precisamente nos países mais desenvolvidos - Alemanha, França, Itália, Bélgica, Áustria, Suíça, etc.. - que cresce a insatisfação com a imigração.

Quanto à já mais que batida atoarda de que os imigrantes vêm fazer o que os Portugueses não querem fazer, quanto mais é dita mais abjecta se torna: quem assim fala, ignora, ou quer fazer ignorar, que os portugueses têm muitas vezes de sustentar famílias - ao contrário dos imigrantes, que vêm sozinhos - e que, sendo europeus, estão habituados a um nível de vida com um mínimo de condições, não acontecendo o mesmo com a maioria dos imigrantes, para os quais viver na Europa com setenta contos por mês já não é mau de todo. Isto só tem como consequência obrigar o trabalhador português a aceitar funções laborais mal pagas, e é se quer, porque, se não quiser, vem o imigrante e, compreensivelmente, ocupa o lugar.

É uma vergonha e um NOJO que venham depois os politicamente correctos do costume dizer que assim é que é bom e que o País está a ganhar imenso com a presença de imigrantes e que ainda precisa de mais, força, mais uma avalancha de estrangeiros é que é porreiro, com os empresários menos escrupulosos a encher os bolsos por pagarem salários baixos, o cidadão comum a ter de aceitar um nível de vida medíocre e os mundialistas, à Esquerda e à «Direita», todos contentes, com a crescente mulatização da Europa.

Como seria de esperar, os arautos do pensamento judaico-cristão começam já a mostrar de que lado estão: a favor das migrações para dentro da Europa, como modo de diluir as identidades étnicas europeias e favorecer a misturada. Essa misturada só dá força à Cristandade, que ganha deste modo destaque ao ficar posicionada, forçosamente, como único elo entre as pessoas que habitarão no seio da união europeia, uma vez que tanto a maioria dos imigrantes africanos como a quase totalidade dos imigrantes de leste, são cristãos.

O problema é que, de África, também vêm muitos islâmicos... talvez um dia os Januários Torgais Ferreiras se venham a arrepender das suas atitudes e afirmações, se as consequências das políticas que apoiam lhes trouxerem «o inimigo» para dentro de portas.